O antigo diretor-executivo da Fórmula 1 Bernie Ecclestone foi hoje condenado, em Londres, a 17 meses de prisão com pena suspensa, por ter omitido ativos em Singapura no valor de 400 milhões de libras (463 milhões de euros).

Bernie Ecclestone, com 92 anos, assumiu-se culpado num tribunal londrino, cerca de um mês antes de o processo ter o seu início, tendo aceitado entregar 652 milhões de libras (cerca de 755 milhões de euros) para encerrar o seu litígio com  a HM Revenue and Customs (HMRC) – a autoridade tributária britânica.

O montante diz respeito aos impostos e os juros relativas a 18 exercícios fiscais entre 1994 e 2022.

De acordo com o tribunal, o multimilionário britânico, que liderou a Fórmula 1 até 2017, não declarou um fundo que tinha em Singapura, numa conta bancária com cerca de 400 milhões de libras, e, além disso, terá mentido ao fisco britânico quando questionado sobre o tema numa reunião em 2015.

Ecclestone negou num primeiro momento as acusações, assegurando então que só criou o fundo para favorecer as três filhas, Deborah, Tamara e Petra.

Para o tribunal, as respostas dadas por Ecclestone há sete anos foram "erróneas" e poderiam "induzir em erro", ao mesmo tempo que considerou que o acusado não era consciente da sua posição e não podia dar uma resposta clara.

"O senhor Ecclestone não sabia com exatidão como a propriedade dessas contas estava estruturada. Por isso, não sabia se tinha de pagar impostos ou multas em relação às transferências entre contas. O senhor Ecclestone reconheceu que foi um erro responder às questões, porque podia fazer com que o fisco britânico deixasse de investigar os seus assuntos. Agora, aceita que teria de pagar impostos por isso", acrescentou o procurador.

Ecclestone liderou a Fórmula 1 durante quatro décadas, entre 1970 e 2017, altura em que deixou o cargo de chefe-executivo e a Liberty Media assumiu aquele desporto.

*Artigo atualizado