É caso para dizer: é finalmente race week!

Os carros voltam a entrar em pista já na quinta-feira para a realização dos treinos livres para o Grande Prémio do Bahrain e, com a corrida a realizar-se no sábado, em vez de no domingo.

O suspense tem sido muito, principalmente, para ver a performance dos novos monolugares da época 2024, já que o desejo de todos os fãs é o mesmo: uma temporada mais competitiva, há semelhança de 2021, em que teve de se esperar até à última prova para saber quem seria o campeão, mas... talvez com menos drama à mistura.

2024 será a temporada mais longa de sempre

Esta será a temporada mais longa de sempre de um campeonato de Fórmula 1, algo que tem dividido bastante as opiniões... Têm sido alguns os pilotos que não se demonstram satisfeitos com a quantidade de corridas, entre eles, Verstappen que considera que são "demasiadas", à semelhança do piloto britânico, Lando Norris, que afirma que o "número perfeito [de corridas], seria perto das 20".

Mas, serão 24 as corridas que poderá assistir, mais duas do que na época anterior, devido ao cancelamento das corridas em Imola, devido às cheias que assolavam a região de Emilia Romagna, e do GP da China, ainda devido à pandemia da Covid-19.

GP do Bahrain - 29 de fevereiro a 2 de março

GP da Arábia Saudita - 7 a 9 de março

GP da Austrália - 22 a 24 de março

GP do Japão - 5 a 7 de abril

GP da China - 19 a 21 de abril

GP de Miami - 3 a 5 de maio

GP de Emilia Romagna - 17 a 19 de maio

GP do Mónaco - 24 a 26 de maio

GP do Canadá - 7 a 9 de junho

GP de Espanha - 21 a 23 de junho

GP de Áustria - 28 a 30 de junho

GP do Reino Unido - 5 a 7 de julho

GP da Hungria - 19 a 21 de julho

GP da Bélgica - 26 a 28 de julho

GP dos Países Baixos - 23 a 25 de agosto

GP de Itália - 30 agosto a 1 setembro

GP de Azerbaijão - 13 a 15 de setembro

GP de Singapura - 20 a 22 de setembro

GP dos Estados Unidos - 18 a 20 de outubro

GP do México - 25 a 27 de outubro

GP do Brasil - 1 a 3 de novembro

GP de Las Vegas - 21 a 23 de novembro

GP do Qatar - 30 de novembro a 1 de dezembro

GP de Abu Dhabi - 6 a 8 de dezembro

 São 21 os países que vão receber os Grande Prémios nesta temporada, infelizmente Portugal continua a não ser um deles. Não existem novas surpresas a nível das localizações das corridas, depois da estreia de Las Vegas na calendarização do ano passado.

Os Estados Unidos da América será o país com mais corridas, com três (Miami, Las Vegas e Texas), seguido de Itália, com duas (Imola e Monza), com os restantes países a receberem apenas uma corrida.

As provas vão ser organizadas com uma "maior regionalização", de maneira a diminuir o impacto ambiental, já que apenas o continente africano não receberá uma corrida. A Europa continua a ser o continente que recebe mais corridas, com dez, seguida das sete na Ásia, seis na América e, por fim, uma na Oceânia.

Para além de Las Vegas, também o GP do Bahrain e da Arábia Saudita vão realizar-se ao sábado, de forma a respeitar o mês sagrado do Ramadão, que começa a 10 de março. Desta forma, o fim de semana de Jeddah teve de ser adiantado um dia (quinta a sábado, em vez de sexta a domingo), devido aos regulamentos da FIA, que ditam que tem de haver sete dias entre as corridas, esta semana a inauguração da temporada acontecerá também ao sábado.

Devido ao extenso calendário, a temporada de 2024 vai decorrer entre 2 de março, com início no Bahrain, até 8 de dezembro, com fim em Abu Dhabi.

Corridas de sprint: dois novos circuitos recebem o formato de sprint

Serão seis as corridas de sprint na nova temporada de Fórmula 1.

O Grande Prémio da Áustria, dos Estados Unidos da América, do Brasil e do Qatar voltam a receber este formato, à semelhança da temporada passada. As novidades esta temporada prendem-se nos GP da China e de Miami que vão estrear as corridas de sprint.

Mas, a grande diferença este ano passa pela organização do fim de semana. Na sexta-feira, vai se realizar uma única sessão de treinos e a 'Sprint Shootout', ou seja, a qualificação que define a grelha para a corrida sprint. No sábado, o dia vai começar com a sprint e, só depois é que se realiza a qualificação que define a composição dos pilotos para a corrida principal, de domingo.

As mudanças: Pilotos, nomes de equipa e diretores

Esta foi uma silly-season bastante calma, com os mesmos pilotos que terminaram a corrida de 2023, a iniciarem o campeonato de 2024, algo que nunca tinha acontecido antes.

Conheça, ou relembre, quem são os pilotos desta temporada

Contudo, isto não quer dizer que não houve mudanças. Foram duas as equipas que alteraram o seu nome: a Alfa Romeo decidiu voltar às origens e voltar ao nome original, Sauber, com o nome oficial a ser 'Stake F1 Team Kick Sauber'.

Também a Alpha Tauri mudou o nome, algo que tem dado muito que falar... a nova denominação da equipa de Faenza é o de 'Visa Cash App RB'.

A nível de diretores foi anunciado pela Haas que Gunther Steiner deixou o cargo na equipa norte-americana e será agora substituído por Ayao Komatsu, o antigo diretor de engenharia.

As polémicas

Ainda os carros não entraram em pista e a polémica já estalou na Fórmula 1, desta vez, com Christian Horner, diretor desportivo da Red Bull.

Horner tem um processo a decorrer, desde janeiro, contudo, só veio a público neste mês, por alegada conduta imprópria sobre uma funcionária. A sentença deverá ser conhecida em breve com o chefe de equipa da Red Bull a ter o cargo em causa.

De relembrar que ao serviço da 'scuderia' austríaca desde 2005, Christian Horner soma sete mundiais de pilotos, quatro com Sebastian Vettel e três com Max Verstappen.

Também o naming da antiga Alfa Romeo tem dado que falar, visto que, o nome oficial de Stake F1 Team Kick Sauber, tem trazido problemas judiciais à equipa.

Afinal, a Stake é uma plataforma de apostas online. Contudo, a principal patrocinadora da Sauber não tem autorização para operar na Suíça. Alessandro Alunni Bravi, representante da equipa, assume que sempre cumpriram "todas as leis aplicáveis".

Mas, o mesmo não impede que em certos países seja apenas Kick Sauber o nome da equipa, uma vez que não é permitida a publicidade a apostas online.

Mais uma vez, a Andretti viu a Fórmula 1 fechar a porta à sua adesão na categoria. A equipa que já conta com muita história e é uma das grandes vencedoras de Indycar, não conseguiu chegar a acordo para a entrada, visto que, a Formula One Management afirmou que não ficou “demonstrado que acrescentaria valor” à competição.

Contudo, a Andretti promete não ficar por aqui e aponta a uma entrada na categoria rainha do desporto motorizado em 2026, apesar da Fórmula 1 ter deixado aberta a porta para uma entrada na temporada 2028.

E os carros?

Mudanças na nova temporada: 'budget cap', sistema de arrefecimento e pneus

O GP do Qatar da época passada, em que vários pilotos passaram mal devido às temperaturas extremas, obrigou a Fórmula 1 a tomar medidas em relação ao sistema de arrefecimento no cockpit dos carros.

Já a proibição da manta de aquecimento dos pneus caiu por terra. Está previsto para esta temporada, a avaliação da proibição das mantas, que seriam totalmente proibidas em 2025, contudo, esta decisão foi adiada.

Outra das alterações prende-se com a utilização do DRS que poderá ser ativado na segunda volta da corrida, em vez da terceira como era habitual. O sistema de redução do arrasto, vai para a 14.ª temporada em vigor, apesar de ainda serem muitas as críticas sobre a sua utilização.

O 'budget cap', ou o teto dos custos, limita o valor que as equipas podem gastar, durante a época, no carro. Na temporada passada, todas as equipas cumpriram o limite, ao contrário de 2021, em que a Red Bull ultrapassou o valor e teve de pagar uma multa de sete milhões de dólares, cerca de seis milhões e meio de euros.

O limite será o mesmo do ano passado, os 135 milhões de dólares, ou seja, 124 milhões de euros.

E a silly season de 2024?

Se em 2023 não existiu mudança de pilotos, o mesmo não voltará a acontecer nesta época, visto que, a grande maioria dos pilotos terminam o seu contrato esta temporada.

Ferrari leva a última 'rockstar' do Grande Circo. O 1.º (e único) negro da Fórmula 1 derrotou o racismo e o bullying para se tornar numa lenda
Ferrari leva a última 'rockstar' do Grande Circo. O 1.º (e único) negro da Fórmula 1 derrotou o racismo e o bullying para se tornar numa lenda
Ver artigo

Afinal, a temporada ainda nem começou e já houve aquela que para muitos foi considerada a transferência da década na Fórmula 1: Lewis Hamilton na Ferrari, em 2025.

Os únicos pilotos que têm contrato para além de 2024 são Charles Leclerc, da Ferrari, Max Verstappen, da Red Bull, George Russell, da Mercedes e os dois pilotos da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri.

Para além destes, também Lance Stroll deverá estar assegurado, visto que, não é conhecida a duração do seu contrato.

Um dos lugares que mais tem criado burburinho, tanto no paddock, como fora dele, é o de Sérgio Perez. Visto que, após uma temporada desapontante, chegou mesmo a pensar-se que poderia deixar a Red Bull. Contudo, se não melhorar os resultados esta poderá ser mesmo o último ano de Pérez pela equipa de Milton Keynes e, claro, que este será um lugar bastante apetecível para os restantes pilotos...

Para além de Checo, também Carlos Sainz tem estado nas bocas do mundo, uma vez que, o piloto espanhol não tem lugar para a próxima temporada, devido à mudança de Hamilton para a scuderia italiana.

Quais serão os pilotos que continuarão na Fórmula 1? Quem irá perder o lugar? Alguém se irá reformar? Subirá algum piloto da Fórmula 2 ou de outra categoria do automobilismo? Estas serão questões que vão ser respondidas apenas no final da temporada. Terá mesmo de esperar para ver...

Será tudo igual ao ano passado? O que aconteceu na pré-temporada?

Os testes de pré-temporada realizados no Bahrain, na passada semana, podem ajudar a prever o que será a nova temporada de Fórmula 1 e quais as equipas de estarão na luta pelo topo do pelotão.

O primeiro dia de treinos, começou com terminou a temporada passada, com o domínio do Red Bull de Max Verstappen. Apesar da Ferrari ter dominado os dois restantes dias de preparação, tudo indica que será mesmo a equipa de Milton Keynes que deverá estar 'um pé à frente' do restante grupo. Inclusive, o novo RB20 promete ser tão, ou mais (se possível) dominante que o RB19, que venceu 21 das 22 corridas do ano passado.

Mas, como referido anteriormente, a Ferrari também deu 'o ar da sua graça' no Bahrain, com Sainz a dominar o segundo dia e Leclerc o terceiro. Comparando com o monolugar da temporada passada, o SF24 parece ser um modelo mais completo e que pode ajudar a Ferrari a rivalizar com o Red Bull.

Ao longo dos três dias, Max Verstappen liderou a primeiro dia da sessão de pré-temporada, com 1:31:344s e Carlos Sainz fez o tempo mais rápido da segunda sessão e, também, dos três dias de treino, com 1:29:921s, já Leclerc fechou os treinos com uma volta em 1:30:322s.

Por sua vez, também a McLaren, a Mercedes e a Aston Martin podem vir a rivalizar com os dois carros que parecem partir em vantagem para esta temporada.

Com algumas semelhanças em termos de aerodinâmica, aqui poderemos ver algumas surpresas ao longo de algumas corridas da temporada, algo que foi comprovado nos testes, com Lando Norris, da Mclaren, Lewis Hamilton e George Russel, da Mercedes, a aparecerem no pódio dos tempos mais rápidos dos treinos no Bahrain. Será que é este ano que Lewis Hamilton termina o jejum de duas temporadas e chega à 104.º vitória da carreira? Será também em 2024 que Lando Norris se vai estrear a vencer na Fórmula 1?

Não descartar também Oscar Piastri (McLaren) que, no ano passado, enquanto rookie teve uma temporada que faz prever muitas alegrias aos 'papaia' com esta jovem dupla de pilotos.

No restante do pelotão, a RB Visa Cash tem um carro muito parecido ao RB19, desta forma, a antiga Alpha Tauri deverá distanciar-se do meio do pelotão. Já a Alpine foi uma equipa que não deu nas vistas ao longo dos três dias dos treinos, à semelhança da Sauber que ainda é uma equipa 'muito jovem' e que está em evolução pelas mãos de James Key e Andreas Seidl.

Já a Haas e a Williams tiveram uma boa evolução na temporada, principalmente a equipa de Grove, contudo, não parece que ainda seja esta temporada que lutem por um lugar na primeira metade do pelotão.

Por outras palavras, é esperar para ver... afinal, o espetáculo do 'grande circo' está de volta.