É preciso recuar até 1976 para encontrar a última mulher a pilotar um monolugar numa prova de Fórmula 1. A italiana Lella Lombardi, que esteve na prova rainha do automobilismo entre 1974 e 1976, juntou-se à também italiana Maria Teresa de Filippis (entre 1958 e 1959) no lote das únicas mulheres a disputar uma corrida da categoria máxima da velocidade.

E, nos próximos tempos, tudo irá manter-se como nos últimos 46 anos: a Fórmula 1 será um desporto de homens. Pelo menos essa é a convicção de Stefano Domenicali, diretor-executivo da F1. Em conferência de imprensa virtual, o italiano considerou "muito improvável" que o cenário mude nos próximos cinco anos, "a não ser que haja algo como um meteorito".

Apesar desta convicção, o antigo patrão da Ferrari é de opinião que se deve dar o máximo de oportunidades para que haja mulheres na competição. Domenicali destacou o trabalho da Fórmula 1 no sentido de "mudar o sistema".

Esta não foi a primeira vez que o italiano mostrou-se pouco convicto de ver mulheres a pilotar na Fórmula 1. Em finais de abril deste ano,  em entrevista à 'Sky Sports italiana', o diretor-executivo da F1 já tinha abordado a questão da falta de mulheres na prova rainha do automobilismo.

"A Fórmula 1 é o tipo de desporto que dá a possibilidade de que homens e mulheres possam competir entre si no mesmo campeonato. É de conhecimento geral que a maioria dos praticantes de automobilismo são homens, mas não existem elementos que impeçam uma mulher de se destacar. Desde já, existe uma vontade de que as mulheres assumam um papel de protagonismo", comentou, na altura.

E para quando uma mulher aos volantes de um monolugar da Fórmula 1? "Não será a curto prazo, porque para alcançar a Fórmula 1 é necessário um grande período de crescimento. Mas os caminhos que levam à Fórmula 1 oferecem essa possibilidade, de mostrar o talento", garantiu.

O italiano recordou o trabalho feito na W-Series, onde só correm mulheres. Jamie Chadwick, integrante do programa de desenvolvimento de jovens pilotos da Williams e duas vezes campeã da W-Series, é a mulher mais vezes apontada a um possível ingresso no futuro na F1.

Outras mulheres vão-se destacando na velocidade, como a colombiana Tatiana Calderón, pilota de testes da Alfa Romeo e que também corre na Super Fórmula japonesa e no WEC. Na última quarta-feira, a colombiana foi anunciada na Charouz Racing System, equipa de Fórmula 2, onde irá fazer equipa com Enzo Fittipaldi.

Ainda este ano, a francesa Alpine lançou um programa com o objetivo de encontrar uma piloto competitiva para integrar a Fórmula 1 nos próximos oito anos.