Os portugueses Bruno Santos (Husqvarna), nas motas, e João Ferreira (Mini), nos carros, ascenderam a lugares de pódio após a terceira etapa do Rally-Raid Portugal, terceira prova do Mundial de todo-o-terreno, que hoje ligou Grândola a Badajoz.

Nos automóveis, o qatari Nasser-Attiyah (Prodrive) reforçou o comando ao vencer a tirada de hoje, com 388 quilómetros cronometrados, deixando o lituano Rokas Baciuska (Can Am) na segunda posição, a 1.45 minutos, com o brasileiro Lucas Moraes (Toyota) em terceiro, a 1.49.

"Não foi fácil. Na fase inicial, o motor falhou nas passagens de água e tivemos de parar durante cerca de dois minutos. Depois, atacámos para recuperar o tempo perdido, mas foi uma especial muito, muito difícil. Aliás, nunca tinha feito uma igual. Temos de gerir etapa a etapa”, disse o piloto qatari.

João Ferreira (Mini) foi o melhor português, na quarta posição, a 2.07 minutos, seguido de Luís Portela de Morais (Can Am) e Carlos Sainz (Mini), que hoje sofreu duas penalizações por excesso de velocidade e terminou sem o capô do seu carro.

Na geral, Al-Attiyah lidera, com 4.39 minutos de vantagem sobre João Ferreira, que é segundo, e 4.59 sobre Lucas Moraes, que é terceiro.

“Uma etapa muito longa e com condições muito difíceis. Tentámos não atacar para chegar ao fim sem danificar muito o carro, porque ainda há muita corrida pela frente. A estratégia funcionou, mas não foi nada fácil", confidenciou o piloto de Leiria.

Armindo Araújo (Can Am) ascendeu à sétima posição, segundo entre os Challenger, na frente de Ricardo Porém (Toyota).

Nos SSV, João Monteiro (Can Am) venceu pelo terceiro dia consecutivo e lidera destacado esta categoria.

Ainda nas quatro rodas, o francês Sébastien Loeb (Taurus) perdeu quase uma hora devido a problemas mecânicos e João Dias (Can-Am) foi relegado para o 38º lugar. Já Guerlain Chicherit (Toyota) desistiu pelo segundo dia consecutivo e Cristina Gutiérrez (Taurus) e Miguel Barbosa (Taurus) também já não regressam à estrada, enquanto Vaidotas Zala e o português Paulo Fiúza (Mini) pararam a 18 quilómetros do final, devido a problemas de motor.

Nas duas rodas, o espanhol Tosha Schareina (Honda), liderado por Ruben Faria na equipa da marca da asa dourada, venceu e consolidou o primeiro lugar, batendo o luso-germânico Sebastian Bühler (Hero) por 48 segundos e Bruno Santos (Husqvarna) por três minutos.

“Como fui o sexto a partir, tive uma boa posição na ‘pista’. A primeira parte foi muito rápida e os portugueses andaram a fundo. Na segunda parte da especial tentei atacar e consegui ganhar a etapa. Amanhã [sábado], vamos ter mais dificuldades a abrir a estrada, mas vamos manter a calma", disse o piloto espanhol.

Já Sebastian Bühler estava satisfeito com o resultado: “No início, [a etapa era] muito rápida, mas depois, com a navegação na zona montanhosa, não foi nada fácil abrir a estrada. Acho que perdi algum tempo aí, mas depois ataquei até ao final, pelo que acabou por ser uma boa etapa".

Uma superbactéria 'agarrou-lhe' uma perna, mas Bruno Santos acelerou para ser o 2.º melhor estreante do Dakar 2024
Uma superbactéria 'agarrou-lhe' uma perna, mas Bruno Santos acelerou para ser o 2.º melhor estreante do Dakar 2024
Ver artigo

O português Bruno Santos (Husqvarna) efetuou o terceiro tempo mais rápido do dia e ocupa o último lugar do pódio provisório.

"Foi uma etapa louca. Uma mistura incrível de terrenos, estradões muito rápidos e depois uma zona de montanha, estreita e com muita navegação. Diverti-me imenso”, afirmou o ex-campeão nacional.

António Maio (Yamaha) foi o sexto, devido a uma penalização de seis minutos.

Gonçalo Amaral (Honda) reforçou a liderança na categoria Rally3, estando na frente do seu irmão, Salvador Amaral (Honda).

No sábado disputa-se a quarta e penúltima etapa, na região espanhola da Estremadura. A localidade de Villa Franca de Los Barros, a sul de Badajoz, recebe o final do setor cronometrado de 253 quilómetros, com os concorrentes a rumarem, em ligação, para o acampamento localizado em Grândola (Setúbal).