Numa sessão do Fórum Económico Mundial em Davos dedicada ao Brasil, Haddad afirmou que o objetivo das primeiras medidas económicas promovidas pelo Governo brasileiro liderado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva é eliminar o grande défice fiscal do país.

O ministro brasileiro prometeu que, após oito anos consecutivos de défice nas contas públicas, o Brasil precisa voltar a gastar menos do que arrecada para garantir a estabilidade da economia e impulsionar o crescimento.

"Se analisarmos a série histórica, o que queremos é que as receitas e despesas voltem ao mesmo patamar que estavam antes da pandemia, que era de 18,7% (do Produto Interno Bruto). Se conseguirmos voltar a esse patamar, em dois anos vamos eliminar o défice", considerou Haddad.

Para o representante do Governo brasileiro, além das medidas já anunciadas para aumentar a arrecadação e reduzir gastos uma ferramenta essencial para eliminar o défice será a aprovação de uma reforma tributária que o Governo apresentará ao Congresso nos próximos meses e que espera que seja aprovada este ano.

A referida reforma visa criar um imposto sobre o consumo que simplifique o sistema tributário e modifique o imposto sobre o rendimento para garantir que os pobres paguem menos impostos e os ricos paguem mais, segundo o ministro.

Haddad estimou que se o Governo conseguir equilibrar todas as contas, o Brasil voltará a crescer a taxas médias duas vezes superiores à média mundial, como ocorreu nos primeiros mandatos de Lula da Silva (2003-2010).

O ministro da Fazenda também lembrou que a média de crescimento do Brasil nos dois primeiros governos Lula foi de 4% ao ano, bem acima da média mundial, que foi de 2,5%, e que tal expansão foi alcançada "com justiça social e sustentabilidade ambiental."

Para o representante do Governo brasileiro esta não é uma meta difícil para um país que é a décima segunda maior economia do mundo e que possui abundância de recursos naturais, embora ele tenha admitido que será necessário apoio político, principalmente para promover reformas no Congresso e com a dos dirigentes económicos.

A credibilidade global de Lula da Silva também permitirá que o Brasil avance, acrescentou.

"Queremos a integração latino-americana e temos vários presidentes progressistas na região dispostos a integrar as economias mais do que no passado", afirmou.

Haddad esclareceu ainda que a nova integração latino-americana tem que ser diferente da do passado porque a região não experimenta mais os ganhos gerados pela alta de crescimento gerada pelas exportações de matérias-primas e é preciso que os países da região se integrem para atrair investimentos. 

 

CYR // PJA

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