"Pelo menos 150 pessoas foram mortas, 92 ficaram feridas e cerca de 20.000 foram obrigadas a fugir das suas casas durante a semana de 11 de novembro", sublinhou Türk num comunicado de imprensa das Nações Unidas.
Este novo balanço eleva para 4.544 o número de mortos e 2.060 o de feridos no Haiti desde o início do ano, segundo a ONU, que sublinha que o balanço real é "provavelmente mais elevado".
A ONU afirma que cerca de 700.000 pessoas estão atualmente deslocadas no país, metade das quais são crianças.
"O último surto de violência na capital haitiana é um prenúncio do pior que está para vir", afirmou Türk no comunicado.
"A violência dos bandos deve ser travada rapidamente. O Haiti não pode afundar-se ainda mais no caos", acrescentou.
O país das Caraíbas tem sofrido de instabilidade política crónica durante décadas, mas enfrenta também um novo recrudescimento da violência dos bandos, que controlam 80% da capital, Port-au-Prince.
Estes grupos armados, acusados de numerosos assassínios, violações, pilhagens e raptos com pedido de resgate, decidiram, no início do ano, unir forças para derrubar o primeiro-ministro Ariel Henry.
A 11 deste mês foi empossado um novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé.
Fils-Aimé prometeu "restabelecer a segurança" no país, na sequência da destituição do seu antecessor Garry Conille pelo Conselho Presidencial de Transição, que dirige o executivo num país que está sem presidente desde 2021 e sem eleições desde 2016.
Os bandos armados controlam cerca de 80% da cidade e atacam regularmente os civis, apesar do destacamento de uma força internacional liderada pelo Quénia.
Türk referiu-se também a notícias da imprensa segundo as quais a prática de linchamentos estará a aumentar.
Terça-feira, as autoridades locais anunciaram que a polícia e os grupos de defesa civil tinham matado 28 membros de um gang em Port-au-Prince após uma operação noturna.
"A violência dos bandos não deve sobrepor-se às instituições do Estado", afirmou Türk, apelando a 'medidas concretas [...] para proteger a população e restabelecer um Estado de direito efetivo".
JSD // RBF
Lusa/Fim
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