Segundo os repórteres da agência France Presse (AFP), os manifestantes lançaram cocktails Molotov (bombas incendiárias artesanais) contra a polícia, que respondeu com disparos de granadas de gás lacrimogéneo na zona do Parlamento, no centro de Atenas.

Vários contentores de lixo foram incendiados numa avenida perto da Universidade de Atenas e algumas montras de estabelecimentos comerciais foram destruídas. 

A polícia anti-motim usou também granadas de gás lacrimogéneo na zona da Universidade de Atenas, constataram os repórteres da AFP.

Cerca de 40 mil pessoas manifestaram-se hoje na Grécia, 25 mil em Atenas, segundo a polícia, no contexto da greve geral decretada pelos sindicatos do setor privado e do setor público.  

Em particular, os transportes rodoviários, navais e ferroviários cumprem hoje uma greve de 24 horas, que também afeta as ligações aéreas. 

No passado dia 28 de fevereiro, às 23:21 (21:21 em Lisboa) um comboio de passageiros colidiu frontalmente com um comboio de transporte de mercadorias a norte da cidade de Larisa, na zona de Tempe, provocando a morte a 57 pessoas, a maior parte estudantes universitários. 

O primeiro-ministro já reconheceu que aquela zona da via férrea, especificamente, não estava dotada dos sistemas de segurança que podiam ter evitado a tragédia.

Primeiro, o chefe do Executivo responsabilizou o chefe da estação como autor de "um erro humano" mas depois mudou a declaração para pedir "desculpas e reconhecer responsabilidades políticas". 

O sindicato do setor público (ADEDY) declarou hoje, através de um comunicado que os "trabalhadores exigem que se descubra tudo sobre o crime de Tempe", localidade onde ocorreu o acidente ferroviário. 

Pede também o fim das "políticas de privatizações", que indica como a principal causa da deterioração do setor ferroviário. 

 

PSP // APN

Lusa/fim