O FC Porto está cada vez mais motivado e confiante. As recentes exibições perante o Estoril e o Marítimo denotaram uma progressiva melhoria. Sobretudo o futebol de alto nível que apresentou frente aos madeirenses. Deixemo-nos de conversa. A maior motivação para os intérpretes de uma equipa é ganhar e jogar bem.

Ontem a equipa mostrou-se confiante e personalizada, jogou de forma criteriosa, organizada, cumprindo acertadamente os princípios de jogo de forma a controlar e a superiorizar-se ao adversário. As ausências de Maicon e de Fernando passaram despercebidas, já que Defour e Abdoulaye estiveram à altura dos titulares.

Ao FC Porto bastava um empate para entrar nos oitavos de final. Mas o Porto não jogou para o pontinho. Aliás, o pressuposto de jogar para o empate é aleatório. Os dragões, excetuando alguns períodos - os 15 minutos iniciais em que os ucranianos entraram a todo o gás, e os 15’ finais, onde o Dínamo tentou sem êxito ganhar o jogo - foram sempre superiores ao Dínamo. Enquanto os de Kiev só criaram uma ocasião de golo, o FC Porto construiu três flagrantes.

O jogo foi disputado a uma velocidade pouco habitual. O fulgor inicial dos ucranianos foi quase supersónico, porém o seu futebol não foi esclarecido, nem teve lucidez. Nem no último passe, nem na finalização. O seu jogo de ataque mostrou-se desordenado, jogo direto em profundidade e cruzamentos, que morriam na defesa dos portistas.

O Porto com jogadores em grande forma praticou um futebol organizado, pressionante e consistente. Os laterais muito bem no binómio defesa-ataque. O meio campo com Lucho, James e João Moutinho em alta, controlaram as operações. Velocidade e boas movimentações dos avançados: Varela, Jackson, Lucho e James estes últimos na dupla missão médio atacante.

No futebol, as normas coletivas devem ser respeitadas, mas é preciso dar liberdade à inteligência, à improvisação, à criatividade e à arte individual interpretada pelos artistas. James e Lucho libertam-se dos lugares padrões e percorrem o campo de extremo a extremo. James teve dois passes de bandeja que isolaram Jackson e Varela. E Lucho é mesmo Luxo.  

Por falar em Luxo. Neste tempo de crise, a entrada de 15,6 milhões de euros na tesouraria dos portistas é uma soma significativa de fazer inveja ao ministro das finanças.