O Porto venceu tangencialmente o Moreirense. Se considerarmos que o domínio total do jogo tem mérito. Então os dragões mereceram os três pontos. Contudo a exibição apesar dos 25 remates, foi muito pobre e esteve distante da fulgurância habitual dos campeões nacionais.

O jogo só tinha um destino, a baliza de Ricardo. Mas os caminhos estavam bloqueados. O labirinto defensivo de Jorge Casquilha era complicado para os jogadores do Porto encontrarem a saída. Faltou o GPS, ou seja a forma de ultrapassar e penetrar numa equipa que coloca dez jogadores a defender.

Sabe-se que quando se joga praticamente só num meio campo o espaço fica reduzido a metade. E para criar buracos e superar estas equipas é preciso introduzir velocidade no jogo. Mas aconteceu o invés, a equipa jogou de forma lenta pausada e percetível.

Perante a inoperância é de realçar a forma correta como Vítor Pereira mexeu na equipa. A primeira substituição foi forçada, mas a escolha de Kelvin foi acertada. Deu maior amplitude ao ataque dos dragões, e originou a mudança de James para o corredor central onde ele distribui com arte e engenho o seu inteligente jogo.

A entrada de Kleber não foi para dar maior espaço a Jackson, mas sim para colocar na grande área mais um recetor aos cruzamentos vindos dos corredores laterais. Aliás foi de um remate de Kleber que saiu o canto que viria a ser aproveitado pelo sentido de golo de Jackson.

Pode alegar-se que depois de um jogo da Liga dos Campeões a equipa fica debilitada. Física, mental e de níveis de concentração. Mas os profissionais de futebol não devem estar preparados para jogar três jogos por semana? Aqui entra a gestão da específica preparação, e da forma inerente como se faz a recuperação física e mental.

Pode-se argumentar que as equipas da Liga dos Campeões não fizeram bons resultados. O que não é totalmente verdade. PSG, Real Madrid, Ajax, Bayern, Valência, Chelsea, Celtic, Anderlecht, Arsenal, Málaga. Todas estas equipas venceram os seus jogos e perante adversários muito superiores ao Moreirense.

É um caso, de estudo o porquê de algumas equipas depois de um jogo europeu caírem substancialmente no jogo seguinte? (Tema que abordarei num próximo futuro).