O Futebol Clube do Porto e o Sport Lisboa e Benfica continuam de braço dado e antevê-se que só a grande discussão que vão ter no Dragão pode desfazer este casamento.
Aliás, os cônjuges só desejam o divórcio! Jesus prevê tudo? E antes desta jornada adiantou que as equipas ainda vão perder pontos até ao jogo decisivo! Há quem diga que essa premonição indiciava alguma falta de confiança. Seja como for, a realidade é que essa premonição aconteceu a ambas as equipas.
Os responsáveis do Porto devem ter rejubilado com o nulo do seu rival. E como o Dragão defrontava o mais que acessível Olhanense, toda a gente e sobretudo os adeptos do campeão pensaram que as Águias começavam cedo a deslocar. Afinal, "Cajuda" do treinador, de Targino e de Bracalli, as Águias continuam a voar ao mesmo plano do Dragão.
Neste cenário de inimigos figadais, imaginamos que Jesus e os benfiquistas podem atirar: «O nosso empate foi num campo difícil e além disso realizámos um jogo muito melhor do que o vosso». Vítor Pereira e os portistas respondem: «Nós criamos oportunidades para golear, ainda falhamos um penálti e Bracalli foi um verdadeiro guardião do empate».
Cada qual defende o seu clube. Mas, na verdade, o Benfica nem sempre conseguiu impor-se ao Nacional, porque o seu futebol nestes três últimos jogos tem vindo a ser inconsistente. Aliás, foi o Nacional que iniciou o jogo a todo o vapor e em 6 minutos surpreendeu o Benfica ao criar três oportunidades, e numa delas inaugurou o marcador. O Benfica - com Salvio distante daquilo a que nos habitou, sem Gaitan, e com Rodrigo a fazer figura de corpo presente - não desenvolvia a habitual qualidade de jogo. Porém, num lance infeliz de Mexer o Benfica empatou e acordou da letargia. Urreta na execução perfeita de um livre, marcou um excelente golo.
O início da segunda parte repetiu o ritmo alucinante da primeira e, rapidíssimo, Mateus empatou. Jesus tirou o apagado Rodrigo e substituiu-o por Gaitán. Depois da entrada de Cardozo o Benfica foi mais agressivo ofensivamente e poderia ter marcado por várias vezes, mas ou por má pontaria ou por via da segurança de Gottardi não conseguiu marcar.
Na primeira parte o Porto dominou. Mas na realidade só criou uma oportunidade flagrante por Jakson, à qual Bracalli respondeu com uma excelente defesa. O Porto nesse período esteve arredado das últimas excelentes exibições. Alguns jogadores mostraram-se abaixo do rendimento habitual: Izmaylov está sem ritmo e parece não ser aquilo que o Porto espera dele? Varela a léguas da qualidade apresentada recentemente; Lucho sem tempo nem espaço, foi simplesmente modesto.
Na segunda parte, os Dragões esfomeados foram à procura do pão para a boca: os golos. E marcou cedo, por Jackson. Se o Olhanense sempre muito fechado não dava espaços, também os jogadores do Porto não os souberam criar. Os algarvios iam suportando o contínuo mas pouco esclarecido ataque dos dragões. E em dois lances de contra ataque poderiam ter-se adiantado outra vez, no marcador. Valeu a atenção de Heldon.
Vítor Pereira deveria aplicar a estratégia de como marcar perante equipas bem aferrolhadas. Não o fez, mas ela existe! Mesmo sem esta opção os dragões poderiam ter marcado muitos mais golos, pois na segunda parte tiveram 6 flagrantes oportunidades. Mas não conseguiram. Andaram para ali a desperdiçar munições e a partir os corações de quem sofre nas bancadas.
Nas minhas crónicas, nunca analiso as arbitragens. Mas as destes jogos quase me levaram a abrir uma exceção. Mas, não o faço. Deixo a apreciação ao critério dos leitores. Aliás, costuma-se dizer que é Carnaval e ninguém leva a mal. Será?
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