Ninguém que esteja ligado ao futebol pensou que a prestação do Sporting nesta época fosse esta triste e caricata realidade. O campeonato ainda vai no primeiro terço, mas os objetivos dos leões esfumaram-se num ápice.

A Taça de Portugal já era. A Liga Europa idem. O título de Campeão nem em sonhos. Resta a Taça da Liga e o hipotético terceiro lugar que dá direito à Liga dos Campeões. 

O Sporting no próximo dia dez recebe o seu grande rival: o Benfica. Na gíria diz-se: às vezes até acontece que entre estes vizinhos de Lisboa ganha o que está mais fraco. Um bom augúrio para os leões? Este jogo é uma operação delicada que determinará a recuperação dada a motivação se vencer o Líder? Ou então a época morre para o Sporting.

Para se bater de igual para igual com o Benfica, o futebol do Sporting tem de dar uma volta de 180 graus. Porque aquele que tem apresentado até aqui, não é nada, ou seja, é vexatório, é uma mancha no prestígio leonino.

Talvez com mais estes 14 dias de interregno, Vercauteren possa dar a volta aos acontecimentos. Todavia ignorou a pausa, e disse que prefere ter jogos. Então é durante os jogos que se retificam erros? É nos jogos que se ensaia a dinâmica defensiva e ofensiva? A relação entre os setores? A atuação nos três terços do campo e nos três corredores? Aos detalhes? A organização? Os planos? Os sistemas? Os princípios de jogo? Bem…

Os factos que se passaram em Moreira de Cónegos revelam que a equipa falha em muitas situações de jogo. Se a equipa estivesse organizada a defender não consentiria os dois golos que sofreu.

Defesas estáticos a verem a penetração dos avançados e não os acompanharem. A condição anímica não está implementada. A equipa, até ao golo de Xandão, foi lenta e jogou a velocidade de cruzeiro. Em futebol os golos são a maior motivação. Depois do golo viu-se um Sporting com mais ritmo, maior dinâmica.

Mas se os jogadores estiverem motivados pelo discurso positivo do treinador entrariam a todo o gás, acelerados desde o início e cilindravam o último classificado.

As escolhas voltaram a falhar. Prajnic voltou a fazer figura de corpo presente. Eric fez um excelente golo. É um bom central, mas não tem características de defesa lateral. Os centrais estão quase sempre descentralizados. Elias e Schaars, são bons tecnicistas, mas têm de imprimir velocidade ao jogo, e serem céleres nas movimentações.

Como é que Rinaudo pode ficar no banco? Ontem entrou e tudo se modificou. O mal aproveitado Wolfswinkel continua perdido e confuso em movimentações inócuas. Capel tem de jogar de cabeça levantada, e dar menos toques na bola. Carrillo é o mais criativo e o melhor rompedor. Como se prescindiu dele durante vários jogos?

Viola é médio-ala, e não ponta de lança. Quando a jogar num sistema de dois pontas de lança não se viu nenhuma combinação entre os dois. Lances de bola parada? Enfim, é uma questão de tempo que já tarda a aparecer...