A presidente da Câmara Municipal de Amesterdão atribuiu os ataques da semana passada após o jogo de futebol entre o Ajax e os israelitas do Maccabi Tel Aviv a um “'cocktail' tóxico de antissemitismo e 'hooliganismo'”.

Numa reunião de emergência do Conselho Municipal de Amesterdão, Femke Halsema acrescentou que “foram cometidas injustiças contra os judeus” e “contra pessoas pertencentes a minorias que simpatizam com os palestinianos” na cidade dos Países Baixos.

“Os adeptos judeus israelitas eram convidados na nossa cidade e foram perseguidos e atacados com invocações antissemitas nas redes sociais e nas ruas”, afirmou Halsema sobre os confrontos descritos pelo primeiro-ministro do país, Dick Schoof, como tendo “origem imigrante”.

“Mas os ‘Amstellodammers’ também foram atacados por ‘hooligans’ (adeptos violentos) do Maccabi que entoaram frases racistas e odiosas na nossa cidade”, acrescentou.

Na noite de 07 para 08 de novembro, após um jogo da Liga Europa entre o Ajax e o Maccabi Tel Aviv, os adeptos israelitas foram perseguidos e espancados nas ruas de Amesterdão. Segundo a polícia, os atacantes foram mobilizados por apelos nas redes sociais para agredirem judeus.

Os ataques, descritos como antissemitas por Israel e pelas autoridades holandesas em particular, provocaram 20 a 30 feridos, dos quais cinco hospitalizados, e provocaram indignação em muitas capitais ocidentais.

Antes do jogo, registaram-se incidentes isolados, incluindo cânticos anti-árabes entoados pelos adeptos do Maccabi.

A polícia anunciou segunda-feira a detenção de cinco novos suspeitos: homens com idades compreendidas entre os 18 e os 37 anos, oriundos de Amesterdão ou de cidades vizinhas. Segundo a agência AP, quatro continuam detidos, enquanto o quinto foi libertado, mas continua a ser suspeito.

Anteriormente, a polícia tinha dito que quatro outros homens que tinham sido detidos na semana passada permaneceriam sob custódia enquanto a investigação prosseguia. Dois deles são menores, um de 16 e outro de 17 anos, de Amesterdão. Os outros dois homens são de Amesterdão e de uma cidade vizinha.

A polícia disse que identificou mais de 170 testemunhas e recolheu provas forenses de dezenas.

Entretanto, Olivier Dutilh, da polícia de Amesterdão, alertou hoje para a possibilidade de mais tumultos na cidade, depois de dezenas de pessoas armadas com paus e petardos terem incendiado um elétrico na segunda-feira à noite.

O fogo na segunda-feira foi rapidamente extinto e as forças especiais evacuaram a praça.

As imagens divulgadas na Internet mostravam pessoas a danificar bens e a lançar foguetes, tendo mais tarde, um veículo da polícia sido incendiado numa rua próxima, existindo suspeitas de fogo posto.

A polícia acrescentou que ainda não é claro quem iniciou os distúrbios e se estavam relacionados com o ocorrido na semana passada, avançando ter detido três suspeitos e apelou a testemunhas, nomeadamente da agressão a um ciclista que foi espancado quando passava na zona.

Num vídeo partilhado nas redes sociais, é possível ouvir alguns desordeiros a proferir insultos contra o povo judeu.