Uma tese que contempla a implementação de uma secção de esports (designação atribuída à competição através de videojogos, ou desportos eletrónicos) no Sporting de Braga valeu a Adriano Fernandes um prémio da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
O trabalho, desenvolvido enquanto tese de mestrado em gestão desportiva do Instituto Universitário da Maia (ISMAI), foi premiado pela Fundação do Futebol, da LPFP, com dois mil euros e a possibilidade de estágio remunerado junto da Liga.
Tendo estudado o setor ao longo do curso, Adriano Fernandes, que trabalha no departamento de ‘scouting' e análise do futebol do Sporting de Braga, começou por "perceber os patrocinadores, de onde vêm as receitas" para este mercado em particular e para o mercado desportivo em geral, avançando, depois, para dois casos de estudo.
A nível nacional, decidiu-se pela secção do Sporting, à altura "bem estabelecida" e o primeiro, em termos de clubes, com uma "aposta no mercado" desde o arranque, enquanto a nível internacional a escola recaiu sobre os North, uma parceria entre o clube desportivo FC Copenhaga (Dinamarca) e a Nordisk.
Com esse conhecimento, aliado a noções "empíricas" por já ter trabalhado em esports, procurou "criar um plano estratégico de implementação e criação de uma secção dentro de um clube, no caso o Sporting de Braga".
"O plano baseava-se em todo o processo, desde a criação até todo o tipo de atividades realizadas no primeiro ano, do orçamento ao calendário, o modelo de gestão, qual a principal forma de nos destacarmos em relação a outros clubes", revela.
Como base, uma "problemática": segundo o investigador, "há estudos que demonstram que a idade média dos espetadores televisivos dos desportos tidos como mais ‘tradicionais', por assim dizer, tem vindo a aumentar".
Isso cria um problema, uma vez que os clubes terão, depois, dificuldades económicas se a maioria dos adeptos tiver "60 ou 70 anos".
"Foi por isso que procurei como é que os clubes de esports podiam ser uma solução. A faixa etária aqui está entre os 18 e os 35 anos, e podia muito bem ser a solução, ainda por cima com os tempos de confinamento por que passámos", comentou Adriano Fernandes.
Se a pandemia de covid-19 suspendeu durante meses a maior parte das competições, da maior parte dos desportos, "os esports continuaram a ter competição" e até viram um aumento de interesse, sobretudo de campeonatos de futebol, de ciclismo, de Fórmula 1 ou outros, que colocaram futebolistas, ciclistas ou pilotos na pele de jogadores de simulações dos próprios desportos, entre outras atividades.
A tese apresenta três orçamentos diferentes, um para a "entrada no mercado" em três jogos (League of Legends, CS:GO e FIFA), mas sem objetivos competitivos, um outro para "lutar pelo ‘top' 3 e ?top' 5", que rondava os 10 mil euros por ano, e, por fim, "para lutar pelo ?top' nacional", "já com custos mais avultados".
Entre as outras medidas propostas na tese conta-se "a criação de um centro de alto rendimento nas instalações do clube", no qual os jogadores pudessem juntar-se e treinar e competir.
Próximo dos minhotos por trabalhar no departamento de prospeção, Adriano Fernandes foi parabenizado pelo diretor de modalidades e o plano "elaborado em conjunto" continua "em implementação".
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