O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, e o ex-selecionador nacional Fernando Santos, campeão europeu em 2016, foram hoje homenageados na gala anual da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
"É justo dizer que não esquecemos o futebol profissional ao longo destes 12 anos. Se me permitem, penso que este galardão é uma forma de a própria LPFP agradecer à FPF e à sua direção por aquilo que temos vindo a fazer", expressou Fernando Gomes, reconhecido com o prémio Mérito Desportivo na Alfândega do Porto.
Líder da LPFP entre 2010 e 2011, o dirigente está a cumprir o terceiro e último mandato permitido por lei na presidência da FPF, à qual chegou em 17 de dezembro de 2011 para render Gilberto Madaíl, num percurso encimado pelas inéditas conquistas do Campeonato da Europa de futebol, em 2016, e da Liga das Nações, em 2019.
"Quando saí da LPFP em 14 de dezembro de 2011, deixámos 3,5 milhões de euros (ME) em caixa e uma Taça da Liga centralizada, que distribuiu mais de quatro ME pelos clubes. Não quisemos deixar de acompanhar o futebol profissional e a importância de ter clubes sustentáveis. Ajudámos no Totonegócio, no período crítico 2014-2015, quando a Liga de clubes estava em situação deficitária, e na introdução do videoárbitro (VAR), subsidiando e investindo mais de 20 ME", recordou.
Agradecendo a atletas, treinadores, dirigentes, clubes e associações distritais, Fernando Gomes, de 72 anos, partilhou a distinção com os membros da direção da FPF presentes no evento, que encerrou com a entrega do galardão Presidente por parte de Pedro Proença, líder da LPFP, ao ex-selecionador nacional Fernando Santos.
"Ninguém ganha sozinho, é impossível. Eu não ganhei nada, quem ganhou fomos nós. As vitórias que me levam a estar aqui hoje são de Portugal e dos portugueses", apontou o atual selecionador do Azerbaijão, de 69 anos, que conduziu a seleção nacional aos únicos troféus internacionais no patamar sénior, entre 2014 e 2022.
Fernando Santos e Fernando Gomes foram dois dos 16 condecorados na segunda edição da gala Liga Portugal Awards, que premiou as melhores individualidades da temporada passada, entre as quais o avançado sueco Viktor Gyökeres, designado como melhor jogador da I Liga, após ter sido campeão nacional pelo Sporting.
Mais jovem técnico português a vencer o campeonato por duas vezes e primeiro a 'bisar' no banco do clube de Alvalade desde o inglês Randolph Galloway, em 1951/52, Rúben Amorim repetiu a distinção de melhor treinador conquistada em 2020/21, quando interrompeu um interregno de 19 anos sem títulos dos 'leões'.
"O título foi brilhantemente conquistado. Tivemos de bater inúmeros recordes que ficarão para a história, mas o marco foi quando jogámos na Luz [frente ao Benfica, na 11.ª jornada]. Ao minuto 90+3, vencíamos e estávamos com seis pontos de avanço sobre o nosso rival, mas perdemos e saímos de lá no segundo lugar. Sei que esse jogo esteve sempre presente na cabeça do treinador e dos jogadores. Começámos esta temporada a deixar escapar um título por culpa nossa [perante o FC Porto na Supertaça Cândido de Oliveira] e também sei que esse jogo estará nas nossas cabeças até à última jornada deste campeonato. Diz-se que um leão ferido é mais perigoso, mas veremos", observou o presidente do Sporting, Frederico Varandas, ao receber o prémio de campeão da I Liga.
Se o Benfica foi agraciado pelo tetracampeonato feminino, numa época em que venceu os quatro troféus nacionais em disputa e chegou pela primeira vez aos quartos de final da Liga dos Campeões, a conquista da Taça da Liga pelo Sporting de Braga e o trabalho de aproximação aos adeptos do FC Porto também mereceram distinção.
A LPFP condecorou ainda o antigo futebolista e atual treinador Paulo Sousa (Hall of fame) e o ex-árbitro Artur Soares Dias (Talento que marca o mundo), numa gala que atribuiu o melhor golo da I Liga a João Mendes, médio do Vitória de Guimarães, e evocou a memória do sueco Sven-Göran Eriksson, antigo treinador do Benfica, falecido hoje, aos 76 anos.
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