Na manhã de 28 de outubro, a polícia brasileira encontrou um cadáver numa zona rural da cidade de São José dos Pinhais, em Curitiba, capital do estado do Paraná. Daniel Corrêa Freitas, de 24 anos, jogador do São Paulo que estava emprestado ao São Bento, era o homem que jazia no chão, apresentando sinais de tortura, semi-degolado e o orgão genital mutilado, cortado com uma faca.
Na madrugada anterior, Daniel tinha estado presente no 18.º aniversário da filha do seu empresário, Edison Brittes, cuja festa teve início numa discoteca de Curitiba, acabando por se prolongar em casa da família da aniversariante.
Esta quinta-feira, a mãe de Edison Brittes, Doralice, falou ao jornal Tribuna do Paraná e defendeu as ações do filho.
"Eu já passei alguns apertos por aí, das pessoas a gozarem comigo, a provocarem-me, senti muitas represálias. É perigoso andar na rua sozinha. Os meus filhos estão sempre à espera que eu saia, para me acompanhar. No mercado uma senhora apontou-me o dedo, insultou-se. Aí eu perguntei: a senhora tem filhos? Ela respondeu que tem. Então eu tentei fazê-la entender que o meu filho errou, mas que ela não me julgasse por isso. Pois se ela tem filhos, também está sujeita que algum filho dela também cometo algum erro e ela passe pela mesma coisa que eu estou a passar", explicou Doralice.
Mas a mãe de Edison Brites não é a única a sofrer represálias. "A minha filha às vezes chama um táxi. Na hora de pagar, ela dá o cartão, os taxistas olham para o apelido e perguntam se ela é parente do Edison Brittes. Ela ainda consegue levar na boa, brinca com a situação para aliviar a tensão. Ela confirma que é a irmã e diz 'cuidado comigo'. Os taxistas nem ligam, levam na brincadeira porque moramos aqui há muito tempo, muita gente nos conhece. Mas não é tão fácil quanto parece. É difícil enfrentar tudo isso", lamentou.
"O que ninguém entende é que o meu filho matou um intruso, que ele apanhou só de cuecas, excitado, esfregando-se na minha nora, que estava desmaiada dormindo na cama dela, dentro da casa. O meu filho não andou por aí a violar ninguém, mexendo com as amigas da minha neta, não mexeu com mulher casada, não saiu por aí bêbado", defendeu Doralice.
A mãe de Edison Brites referiu ainda que Daniel Freitas "não tinha nada que se meter lá na cama do meu filho e da minha nora, ele é que estava errado. O que o meu filho fez também não está certo, mas entendo as razões dele. A pessoa perde a cabeça. Ele sempre foi muito amoroso e cuidadoso com aquelas três mulheres (a esposa e as duas filhas). Tinha um cuidado enorme com a Allana, um ciúme doentio pela Cristiana. Eu, como mãe, não tenho nada de mal para dizer dele. Ele vai continuar a ser meu filho e é isso que eu queria dizer para as outras mães, que não me julguem, porque ninguém sabe como será o dia de amanhã. Eu nunca esperei isso na vida, mas aconteceu e hoje estou aqui sofrendo. Agora há oito famílias sofrendo (a dos sete réus e da vítima)", relembrou.
Apesar de reconhecer o erro de Edison Freitas, Doralice defende que a nora e a neta não deveriam estar presas. "Eu acho um pecado isso. A menina acabou de fazer 18 anos. Estava lá no aniversário dela comemorando e agora está ali, presa, algemada. Elas não mataram ninguém, foi o meu filho que matou", disse ainda a mãe do autor confesso do crime.
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