Foi por pouco que Julen Lopetegui não assistiu a mais um empate do FC Porto no Estádio do Dragão, desta vez contra os irreverentes minhotos do SC Braga, que ontem se apresentaram a um grande nível na Invicta, referente à sétima jornada.

Depois de três empates consecutivos (Guimarães, Boavista e Sporting) para o campeonato português e outro pelo meio com o Shakhtar Donetsk, o FC Porto lá conseguiu afastar os fantasmas, mesmo assim sem o fulgor apresentado no início da temporada.

Com um ‘onze’ mais estável (a única alteração foi Jackson Martínez a titular em vez de Aboubakar, que jogou desde o primeiro minuto na Ucrânia), os Dragões começaram o encontro, perante 37 mil adeptos, da pior forma. Desconcentrados, muitas perdas de bola – que levou depois o técnico portista a prometer, em conferência de imprensa, que irão ser corrigidas no futuro – e, para complicar, perante um adversário muito astuto e audaz.

Foram esses erros de perda de bola, inadmissíveis para uma equipa que luta pelo título de campeão nacional e lugares de prestigio na Liga dos Campeões, que levaram Julen Lopetegui à beira de um ataque de nervos. Já com o FC Porto em vantagem na primeira parte, graças ao golo de Martins Indi (25’) na sequência de um pontapé de canto, Brahimi cometeu um erro grosseiro ao atrasar a bola em zona proibida. O cabo-verdiano Zé Luís não deixou passar ao lado esta oferta e empatou a partida.

A equipa portista conseguiu ter posse de bola mas foi na construção do jogo que falhou. E o relvado, muito regado antes do jogo, também dificultou. Foram vários os jogadores que escorregaram, assim como o médico da equipa portista, que teve depois de abandonar o relvado auxiliado por um bombeiro.

Na segunda parte, o jogou ficou ainda mais intenso. Lopetegui olhou para o banco de suplentes e viu que lá estava a solução, e não passava por Quaresma. O técnico basco optou por mexer no meio-campo, numa decisão mais do que acertada devido aos problemas de construção já referidos. Herrera e Marcano ‘saltaram’ fora e entraram Rúben Neves (único português na equipa dos azuis e brancos) e Juan Quintero.

Lopetegui, criticado pelo excesso de rotatividade, provou que também saber ler o jogo quando está em sufoco. A aposta em Juan Quintero revelou-se acertada, pois foi dos pés do colombiano que surgiu o segundo golo portista, o que valeu três importantes pontos.

Foi o segundo jogo consecutivo, depois de Jackson ter marcado dois importantes golos na Ucrânia na passada quarta-feira, que Lopetegui encontrou soluções no banco de suplentes.

Mas um jogo tão intenso como o de ontem não ficaria completo sem uma dose de polémica e Pedro Proença, considerado um dos melhores árbitros do mundo, também foi protagonista. No final da primeira parte, um toque de Rúben Micael sobre Alex Sandro e uma bola no peito de Aderlan Santos, ambos na grande área, agitaram os ânimos no banco portista. No tempo extra, do lado do SC Braga, Pedro Santos pediu grande penalidade depois de ter caído num lance disputado com Indi. Sérgio Conceição teve de voltar a fazer ‘choradinho‘, isto nas palavras do treinador dos minhotos.

Nota ainda para o extremo espanhol Cristian Tello, o melhor jogador em campo.

Uma vitória suada por parte da equipa da cidade do Porto que permitiu seguir o rasto do líder Benfica, estando agora a quatro pontos do primeiro lugar.