O Mindelense e o Ribeira Bote apresentaram na tarde de domingo, 02, no Estádio Adérito Sena, os respectivos plantéis para a época futebolística em curso, marcada pela indefinição quanto ao arranque das provas oficiais.
O jogo, de carácter amigável, e que serviu ainda para homenagear o ex-dirigente encarnado, Toi Casód, terminou com vitória expressiva do Mindelense de 5-0.
Dirigentes e treinadores dos dois clubes queixam-se, no entanto, da ausência de informações sobre o arranque oficial das provas do calendário da Associação de Futebol de São Vicente (AFSV), pois até hoje “não foi marcado sequer o sorteio” das mesmas, quanto mais o pontapé-de-saída.
Euclides Oliveira, presidente do Sport Clube Ribeira Bote, fala mesmo em “estresse no arranque da época futebolística” de há três anos a esta parte e, ainda por ainda cima, sustenta, da associação "nem uma palavra".
"O presidente da associação de futebol não comunica com clubes, inclusive temos garantia do financiamento do Torneio de Abertura, mas não há ainda nenhuma definição", considerou o responsável, ajuntando que os clubes não querem ficar sem competição e a trabalhar "sine die".
"Não há nenhuma definição até porque recebemos o mapa de treinos para o mês de Novembro e só temos oito dias para treinar num mês”, acrescentou, o que quer dizer, concluiu, "não há perspectivas para o arranque das provas", porque também "não há espaços" para treinos das equipas.
O presidente do Clube Sportivo Mindelense, Adilson Nascimento, por seu lado, considerou que da forma com as coisas estão os clubes não conseguem preparar uma época de forma "condigna".
"Estamos a trabalhar numas circunstâncias nada agradáveis, não somos contra as obras, falta é o diálogo da parte da associação, e por issso não temos informação para podermos fazer a nossa programação", acrescentou a mesma fonte, que sublinhou que as obras são necessárias, e por isso é "a favor" das mesmas.
"Queremos que nos digam alguma coisa para podermos preparar a nossa época condignamente", lançou, pois este ano, assumiu, o Mindelense "quer muito" o tricampeonato de Cabo Verde.
Quem também está desagradado com a indefinição no arranque das provas oficiais são os treinadores Rui Alberto Leite, do Mindelense, e Marco Fortes, do Ribeira Bote, duas equipas que iniciaram os treinos há cerca de dois meses.
"Não é fácil trabalhar durante a semana e não ter uma data para motivar os teus jogadores para competição, há que inventar todas as semanas motivações para os atletas, o que não é fácil", lançou Rui Alberto Leite.
Marco Fortes, na mesma linha, acha estranho que São Vicente, ilha que acostumada a estar na "dianteira na organização", esteja a viver este momento "nada agradável".
"As autoridades devem envolver todas as pessoas neste processo, pois não é fácil uma ilha com o campeão nacional não ter uma definição ainda sobre o arranque das provas oficiais, o que é lamentável", concluiu.
O presidente da Associação de Futebol de São Vicente, por seu lado, sustenta que o atraso deve-se às obras previstas para o Estádio Adérito Sena, nomeadamente, a substituição do arrelvamento, que ainda não se iniciou, e outras obras no túnel de acesso ao campo e nos balneários.
"Pedimos serenidade aos dirigentes e presidentes dos clubes, que devem estar solidários com a associação, pois só conseguimos efectuar os sorteios quando tivermos luz verde da disponibilização do estádio", que é propriedade da autarquia, considerou Benvindo Leston.
Comentários