Resumo:

Portugal venceu a Nova Zelândia por 4-0 e confirmou a presença nas meias-finais da Taça das Confederações. Com dois golos em cada metade do encontro, Ronaldo, Bernardo Silva, André Silva e Nani fizeram os tentos do encontro que garantiu a primeira posição do grupo A. O México acompanha a seleção nacional para a próxima fase onde, em principio, Chile e Alemanha vão juntar-se para decidir as quatro equipas que vão lutar pelo título.

O jogo:

Portugal entrou em campo sabendo que um empate bastaria para seguir em frente na Taça das Confederações. Perante a equipa com menos estatuto do grupo, Fernando Santos promoveu cinco alterações para rodar a equipa enquanto apresentava uma equipa capaz de dar conta do adversário.

Com Danilo Pereira a médio defensivo e Bernardo Silva no papel que tem sido atribuído a André Gomes, a seleção nacional tomou conta da iniciativa, embora, enquanto aguentou, a Nova Zelândia tivesse tentado mostrar que não estava lá apenas para cumprir calendário.

Dupla Ronaldo-André Silva cada vez mais a decisão correta

Só perto da meia-hora é que Portugal conseguiu criar perigo palpável e através daquela que tem sido a dupla do ‘custome’. Quaresma nos cruzamentos para que Ronaldo, à ‘ponta de lança’, tentasse finalizar. André Silva também esteve sempre por perto para ajudar nas movimentações e tentar, ele próprio, a sua sorte.

A dupla de avançados começa a apresentar-se como a opção mais fiável para Portugal. Com Ronaldo enquanto referência máximo e André Silva no apoio a seleção ganha mais presença da área e obriga a uma concentração de jogador na zona central. Frente à Nova Zelândia, o capitão da seleção esteve constantemente debaixo de olho da defensiva neozelandesa que se ia concentrando à volta da área de ação do avançado do Real Madrid.

Com efeito, tanto Quaresma como Bernardo Silva tiveram mais oportunidade de ganhar espaço e aproveitar as linhas de fundo. Com Eliseu e Nélson Semedo a criarem ainda mais oportunidades de estender o jogo quando subiam, Portugal criou muito perigo nestas transições.

Olhando para os golos, três em quarto (o primeiro foi derivado de uma grande penalidade convertida por Ronaldo) surgiram de situações de desequilíbrio pelas alas. Jogadas rápidas, envolventes e em que a opção certa para o passe correto aparecia com naturalidade. Para quem vê aparenta ser simple, mas é certo que envolve muito trabalho de bastidores tanto na Cidade do Futebol em Oeiras, como na Rússia.

Segunda parte com menos intensidade, mas sem beliscões no domínio

Portugal foi para o intervalo a vencer por dois golos e sabendo que dificilmente perderia o encontro e o consequente apuramento para as ‘meias’. Posto isto, a entrada para os segundos 45 minutos não mostraram tanto fulgor como no arranque do encontro. Aliando a falta de necessidade de procurar um resultado mais esclarecedor de Portugal com a prestação sem brilhantismos da Nova Zelândia, o jogo tornou-se algo apático.

Quando todos esperavam as substituições com mais celeridade (apesar de Bernardo Silva ter saído ao intervalo devido ao lance do golo em que ficou com queixas num pé depois de introduzir a bola na baliza), Fernando Santos foi adiando até para além da marca de hora. Nesse perido, Pepe cometeu um erro infantil depois de uma situação defensiva fora de comum e viu-se obrigado a fazer uma falta mais dura sobre Chris Wood. O resultado? Cartão amarelo e uma ausência confirmada no jogo da meia-final para o central. Será uma perda complicada de gerir para Fernando Santos.

Face aos estragos já estarem feitos com Pepe (o selecionador disse, mais tarde que estava nos planos substituir o central por Neto) as substituições serviram para dar descanso aos mais utlizados. Ronaldo deu o lugar e a braçadeira de capitão a Nani enquanto Gelson entrou para render Quaresma.

Contudo, no futebol jogado não houve alterações do rumo do encontro. Portugal manteve-se como a única equipa com capacidade para ganhar o jogo e dilatou a vantagem em dois momentos de clara desorganização defensiva da Nova Zelândia. Um dia para esquecer para neozelandeses que deixam a Taça das Confederações com três derrotas em tantos outros encontros.

Sem ‘beliscões’ e com os olhos já no horizonte das meias-finais, Portugal saiu do palco onde se vai jogar a final da Taça das Confederações como vencedor claro do encontro e como primeiro classificado do grupo. Apesar de tanto o adversário do primeiro classificado como do segundo serem de calibre semelhante – partindo do pressuposto que não haverá nenhuma surpresa de todo o tamanho nos jogos do grupo B – o primeiro posto é sinónimo de descanso num competição onde se joga de 72 em 72 horas. Ao garantir o primeiro lugar, Portugal já sabe que terá mais um dia de descanso do que o próximo adversário nas meias-finais da Taça das Confederações. Uma vantagem que pode vir a ser importante tendo em conta a importância que Fernando Santos tem dado à gestão de esforço e de minutos dos seus jogadores depois de uma temporada que foi longa para muitos.

O Momento:

Golo de Cristiano Ronaldo

A marcação exímia de Ronaldo abriu o resultado, deu mais tranquilidade à equipa lusa e praticamente selou o apuramento para Portugal. Depois de já ter rematado ao poste minutos antes, o avançado do Real Madrid fez mesmo o gosto ao pé e soma agora 75 golos pela seleção nacional. Em termos internacionais, o recorde de Puskás está cada vez mais perto…


Os melhores:

Ligação Quaresma – Ronaldo

Cada vez é possível dizer que os dois jogadores jogam de olhos fechados. Frente à Nova Zelândia, o extremo do Besiktas voltou a mostrar forte entendimento com o avançado do Real Madrid e das botas do ‘Mustang’ saem bolas teleguiadas para a cabeça de Ronaldo. Uma ligação que tem sido sinónimo de golos para Portugal.


André Silva

De volta aos golos depois de dois jogos sem conseguir faturar, o avançado do AC Milan voltou a mostrar os motivos pelos quais deve jogar ao lado de Cristiano Ronaldo e assinou um golo de belo efeito durante esse processo. A média de golos pela seleção também é de assinalar embora vá ter um teste complicado no próximo jogo.

Marinovic

Pode parecer estranho colocar n’ Os melhores’ um guarda-redes que sofreu quatro golos, mas a verdade é que o guardião neozelandês protagonizou bastantes defesas que poderiam ter colocado o marcador dos golos num número mais esclarecedor. De referir, no entanto, que em certos momentos teve alguma sorte com remates frouxos e mal colocados por parte da seleção nacional.

Piores:

Pepe

O central não fez um mau jogo frente à Nova Zelândia. Forte, rápido e imponente na defesa mostrou o motivo pelo qual é opção no eixo central da defesa lusa. No enanto, o lance em que vê cartão amarelo numa jogada que não representava perigo de golo para a baliza de Rui Patrício valeu-lhe uma ausência na meia-final e uma dor de cabeça para Fernando Santos.

Reações:

Pizzi: "Adiar a Lua de Mel? Estar com a seleção compensa tudo"

Danilo Pereira: "Alemanha ou Chile? Ambos são complicados"

Nélson Semedo: “Tivemos humildade e respeito pela Nova Zelândia"

Ronaldo: "Era complicado jogarmos melhor"

Fernando Santos: A partir de agora o

Curiosidades:

-Cristiano Ronaldo foi eleito pela terceiro vez o melhor jogador em campo. O avançado é o único jogador a conseguir conquistar a marca em todos os jogos da fase de grupos da Taça das Confederações.

-Há sete anos que Portugal não marcava mais quatro golos num jogo de uma fase final de uma competição. A última vez foi contra a Coreia do Norte no Campeonato do Mundo de 2010 ( Portugal 7-0 Coreia do Norte)

-João Moutinho somou a sua 100ª internacionalização por Portugal. O médio é o quinto jogador a chegar a estes números.

-Ronaldo marcou o golo 75 pela seleção nacional. O avançado já é o melhor marcador e continua a cavar o 'fosso' para os restantes goleadores.

-Nani igualou Fernando Couto como o terceiro jogador mais internacional por Portugal.

-Portugal conquistou o primeiro lugar do Grupo A na primeira vez que participa na Taça das Confederações.