Após o empate a duas bolas no jogo da primeira volta na Bombonera, Boca Juniors e River Plate decidem a final da Taça Libertadores este sábado, com as casas de apostas a dividem o favoritismo da vitória para as duas equipas em partes iguais.

1. Gallardo, onipresente
Impedido de entrar na Bombonera no jogo da primeira-mão, devido a suspensão de quatro jogos que lhe foi aplicado pela CONMEBOL, o técnico Marcelo Gallardo poderá estar no Monumental na partida da segunda-mão. No entanto, o treinador está proibido de se sentar no banco de suplentes e ter comunicação com os seus assistentes e jogadores, antes, durante e depois de a bola rolar.

Mas a simples presença de Gallardo num dos camarotes do estádio já é uma vitória para o River Plate, já que o comandante é muito mais do que um técnico. É o líder indiscutível da equipa, alma e nervos de um grupo que o vê como um profeta.

Prova disso foi a presença do treinador nos balneários no intervalo das meias-finais contra o Grêmio, quando a equipa perdia por 1-0 ao intervalo e virou o resultado para garantir um lugar na final, violando assim a suspensão que lhe tinha sido aplicada.

Estádio Monumental Nuñes, palco da 2.ª mão da final da Libertadores entre Boca e River
Estádio Monumental Nuñes, palco da 2.ª mão da final da Libertadores entre Boca e River

2. O efeito Monumental
O empate na primeira partida deixa a final aberta, mas o River Plate começará o jogo em casa com a sensação de ter conquistado um bom resultado no estádio do rival. Ter a decisão no seu estádio, com 63 mil adeptos a seu favor, representa para o River Plate uma vantagem e a lembrança dos três títulos da Taça Libertadores conquistados.

Assim como nas vitórias contra os colombianos do América de Cali, em 1986 e 1996, e contra o Tigres do México em 2015, o River Plate jogará em casa no jogo que decide a prova maior de clubes da América do Sul.

"Que os adeptos do River acreditem, porque têm com o que acreditar", soltou Gallardo para alimentar a paixão dos seus fiéis adeptos.

Por outro lado, o Boca Juniors de Guillermo Barros Schelotto não perdeu fora de casa nesta edição da Taça Libertadores. Além disso, o treinador xeneize não sabe o que é perder em três jogos disputados no Monumental Nuñes, com balanço de duas vitórias e um empate.

3. Ponzio, o reforço
Uma lesão muscular sofrida contra o Grêmio tirou o capitão Leonardo Ponzio da primeira final na Bombonera. Mas o "León", de 36 anos, acelerou a sua recuperação para voltar a ser a voz de Gallardo dentro de campo.

Estrategista determinante, Ponzio é o dono do primeiro passe na construção de jogo no River e onde se iniciam as jogadas ofensivas da equipa. Sabe em qual momento acelerar ou parar o jogo, sendo a sua experiência internacional um ponto vital para este tipo de confrontos que pedem sabedoria e cabeça fria.

4. Equipas assentes nos seus coletivos  
O River Plate jogou melhor ao longo da temporada no esquema 4-3-1-2, enquanto o Boca teve uma interessante transformação em setembro, com a entrada do colombiano Sebastián Villa no seu tradicional 4-3-3.

A equipa de Gallardo tem uma grande dinâmica no meio campo, onde conta com jogadores como Gonzalo Martínez, Exequiel Palacios, Ignacio Fernández e o colombiano Juan Fernando Quintero. O Boca Juniors, por outro lado, refugia-se principalmente no passe longo de Pablo Pérez para explorar a força e velocidade de Ramón Ábila e Villa na frente.

Final Libertadores: River Plate - Boca Juniors
Final Libertadores: River Plate - Boca Juniors

Mas ambas as equipas chegarão ao confronto final sem algumas peças importantes nas suas estruturas. O River não contará com o colombiano Rafael Santos Borré devido a acumulação de cartões amarelos, enquanto o Boca sentirá a ausência do atacante Cristian Pavón, devido a uma lesão muscular que o tirou do primeiro confronto na Bombonera.

5. Glória ou humilhação eterna
Quando a bola rolar, iniciará o superclássico da glória ou da humilhação, jogado fora dos relvados e alimentado pelos adeptos das duas equipas nas redes sociais.

A rivalidade entre os antigos vizinhos do bairro La Boca, onde ambos nasceram há mais de um século apenas separados por três ruas, é uma das mais famosas do futebol. Os argentinos esperavam 40 anos para ver uma final de uma Libertadores entre Boca e River.

O River Plate carrega na sua história recente a vergonha de uma descida à segunda divisão, em 2011, um episódio doloroso para os seus adeptos e que é recordado pelos apoiantes do Boca Juniors, antes de qualquer clássico.

Levando esses pontos em consideração, o vencedor da Superfinal da Libertadores abraçará a glória eterna, enquanto o derrotado terá consigo a humilhação durante a vida.