A imprensa internacional titulou a conquista de Portugal no Euro2016 de futebol considerando-a heroica, dando ênfase ao facto de ter sido conseguida sem o contributo de Cristiano Ronaldo, sempre presente no noticiário sobre a competição.
Começando pela França, país do adversário da noite inspirada dos comandados de Fernando Santos, os títulos são, com naturalidade, enfatizados pela deceção.
"Uma terrível desilusão" foi o primeiro título da edição ‘online’ do France Football, um dos mais prestigiados periódicos desportivos da França e do continente europeu.
Por sua vez, o generalista Le Monde simplificou: "Portugal priva os ‘Bleus' de uma vitória no seu Europeu", escrevendo ainda que "os tricolores de Didier Deschamps não conseguiram oferecer ao futebol francês o seu terceiro título europeu".
Em Espanha, o diário El Pais manteve a sua abertura ‘online’ com ligação às incidências do jogo e, mal este terminou, titulou rapidamente a vitória portuguesa, destacando ainda a lesão de Cristiano Ronaldo ainda na primeira parte, escrevendo que "viu e sofreu a final no banco" o resto do tempo.
O foco natural imprensa madrilena no ‘número sete’ luso, por ser uma das estrelas do Real Madrid, refletiu-se muito mais na abertura do desportivo Marca, que resumiu "Em nome de Cristiano" a conquista portuguesa.
Entre várias referências à final, algumas com fotos do madeirense mais famoso do mundo a festejar o título, a Marca remete ‘louros’ também para o marcador do golo solitário: "Assim é Éder, o novo herói de Portugal".
"Portugal, campeão da Europa: a crueldade é bela" foi o primeiro título do El Mundo, generalista do mesmo país, enquanto o Mundo Deportivo, da Catalunha, referia que Portugal foi "heroico, mesmo sem Cristiano", referindo ainda que o desfecho "fez justiça diante do conservadorismo local" e que a seleção de Fernando Santos "recuperou" o título perdido em 2004.
O As, também de Madrid, remete a notícia para outra surpresa mais antiga: a vitória do Uruguai, em 1950, no Maracanã, frente ao Brasil, com o título "Maracanazo em Saint-Denis", escrevendo ainda que a seleção portuguesa foi "heroica", que soube "ultrapassar a lesão de Cristiano e ao melhor jogo da França".
Um pouco mais alheados das rotinas do Europeu, os ingleses não puxaram para as ‘gordas’ a conquista portuguesa, como é exemplo The Guardian, que titula simplesmente: "Portugal bate a França por 1-0 no prolongamento".
Mas nos Estados Unidos, olhando o ‘síte’ da CNN, o assunto futebolístico não passou ao lado e a cadeia televisiva informa, num ladeiro: "Portugal coroado campeão europeu", com fotos da celebração do golo de Éder e da lesão de Cristiano Ronaldo.
"Portugal bate a França e vence a Eurocopa pela primeira vez" é a manchete dos brasileiro O Globo, que ‘pinta' a página com uma foto de Cristiano Ronaldo a levantar a taça em Paris.
Os alemães do Die Welt, de Berlim, também 'puxam' pela dualidade de sensações do ‘capitão’: "Na sua noite mais amarga, ele levantou a taça", com uma foto de Ronaldo, em grande plano, a sorrir com a medalha de campeão europeu na boca.
O diário argentino Olé, de Buenos Aires, não escondeu emoção e titulou metaforicamente algo que se pode traduzir como "Rebentos de Cristiano" ("Flor de Cristianos", no original).
Logo abaixo, os sul-americanos remetem para "Tristeza e emoção" as incidências da partida, com especial destaque para a lesão de Cristiano Ronaldo, a qual tem direito a uma galeria de imagens.
Bem mais longe, o South China Morning Post destaca a conquista europeia da seguinte forma: "Treinador Santos inspira Portugal para uma derradeira vitória ‘feia’", aludindo ao facto de o selecionador ter dito, antes do jogo, que não lhe interessava se ganhava a jogar bonito ou feio.
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