À saída do Estádio do Algarve, esta segunda-feira, após a pesada derrota do Al Nassr frente ao Celta, Cristiano Ronaldo acedeu a falar com os jornalistas e abordou inúmeros temas, desde o desenvolvimento do futebol saudita ao seu momento atual, passando pelo seu futuro e até pela seleção, acabando também por deixar uma farpa à ida de Lionel Messi para os Estados Unidos.

O crescimento da Liga Saudita

"O Cristiano abriu a caixa de pandora e agora toda a gente vai para a Arábia Saudita. Coincidência ou não, estou muito contente. A Liga árabe, como já disse, vai ser muito competitiva. Disse que em três anos seria a quinta melhor do mundo, mas creio que este ano já vai ultrapassar a Liga neerlandesa e turca. Facilmente. Estão a ver a qualidade de topo dos jogadores que estão a ir para lá, e não apenas aqueles que se vão retirar, como disse o presidente da UEFA. Há jogadores jovens como Jota ou Rúben Neves. Eu disse um aninho, mas seis meses foi o suficiente. Sabia que ia acontecer. Quando fui para a Liga italiana, a Liga estava morta e rejuvenesceu. Onde o Cristiano vai, gera um interesse maior", começou por lembrar CR7.

Em relação à Major League Soccer, dos EUA, para onde rumou Lionel Messi, que preferiu esse destino à Arábia Saudita, Ronaldo frisou: "O campeonato da Arábia é melhor do que o dos Estados Unidos."

O futuro

Quanto ao futuro, Cristiano Ronaldo não pensa em parar. "Tenho sempre algo a provar. Quando não temos nada a provar estamos mortos para a vida. Eu tenho sempre algo a provar todos os anos. Provar que posso dar o exemplo de longevidade. Com 38 anos e meio acho que vou fazendo coisas interessantes. Estou bem. Golos, assistências, boa preparação na seleção... Fazer uma boa qualificação, um bom Europeu. Tenho 21 anos de carreira. Vou desfrutar. Sinto-me útil e sinto-me bem", sublinhou.

Um eventual regresso à Europa, porém, está totalmente fora de questão. "Essa porta está completamente fechada. Disse isso quando assinei. Já tenho 38 anos e meio. Já não vale a pena. A Europa perdeu muita qualidade. A única Liga que está melhor é a Premier League. Mesmo a Liga espanhola perdeu qualidade. A Liga portuguesa é uma Liga boa, mas não é top top. Quero jogar na Arábia", reforçou.

"Se olharmos para os recordes, ainda há pouco tempo bati um recorde único no mundo: o jogador mais internacional...Sou o jogador com mais golos na Champions... E vamos ficar por aí. A taxa de golos ainda vai subir mais um bocadinho. Vão ter de levar com o bicharoco mais uns aninhos", garantiu.

A seleção

Cristiano Ronaldo teve ainda tempo para falar da Seleção, acrescentando que ainda não voltou a ter oportunidade de falar com Fernando Santos, depois de elogiar o que o novo selecionador, Roberto Martínez, tem feito.

"O míster [Roberto Martínez] tem feito um bom trabalho. Os jogadores estão bastante concentrados e mais libertos. Quando assim é a coisas correm bem. O que mais queremos é qualificar-nos para o Europeu", lembrou.

A derrota pesada do Al Nassr com o Celta e o embate que se segue, com o Benfica

Sobre o encontro desta noite, no Algarve, ante o Celta de Vigo, que terminou com uma pesada derrota, Cristiano Ronaldo lembrou que ao intervalo o resultado estava a zeros e que o desaire só surgiu depois de o Al Nassr se ver reduzido a dez jogadores.

"A primeira parte foi muita boa e dominámos. Depois é jogo de pré-época e o árbitro exagerou na segunda parte, estragando completamente o jogo. Ia ser um jogo mais competitivo, mas aquela expulsão matou o jogo. Quando assim é, sofres o primeiro golo e a equipa vai abaixo. O que fica é a primeira parte e que vai ser o nosso padrão do nosso jogo. Temos feito um trabalho extraordinário. A malta está toda contente com a equipa técnica. É esse o meu caminho", frisou, antes de olhar para o próximo jogo.

"Contra o Benfica se calhar jogo 60 ou 70 minutos. Tenho de ir devagarinho, afinando a máquina. Não entrar rápido porque pode haver lesões. Ajudar o Al Nassr a conquistar o campeonato", terminou