A FIFA “avalia e discute” hoje a viabilidade de alargar o número de participantes no Mundial2022, no Qatar, de 32 para 48, disse o presidente do organismo, Gianni Infantino, admitindo que alguns jogos sejam disputados em países limítrofes.
“Penso que alargar o número de seleções para 48 para o Mundial 2026 é uma boa decisão e está em estudo a possibilidade de o mesmo ser feito no Mundial2022. Os cataris mostraram-se abertos à ideia e ficaram de estudá-la”, revelou Infantino no decorrer de uma conferência de imprensa no final de uma reunião do comité executivo da FIFA, que se prolongou por três dias em Marraquexe, Marrocos.
No entanto, o presidente da FIFA reconheceu que a ideia é complexa de pôr em prática: “A maioria das federações é favorável a isso, mas é preciso ver se tal é viável a nível de organização. Certamente, será muito difícil organizar um Mundial com 48 seleções apenas no Qatar. A ideia será organizar alguns jogos nos países limítrofes.”
Acontece que o Qatar está no centro de uma crise diplomática com alguns dos seus vizinhos, à cabeça dos quais destá a Arábia Saudita, o que complica a possibilidade de realização de jogos nos países limítrofes.
“Vocês conhecem a situação no Golfo. Além disso, nós somos do futebol, não da política. Podemos ver o que é possível fazer”, acrescentou Infantino, que também se pronunciou acerca de uma eventual candidatura tripla, de Espanha, Portugal e Marrocos, ao Mundial de 2030.
Qualificou o projeto a três como “muito interessante”, por este enviar “uma mensagem bonita”, mas lembrou a sua obrigação de manter "uma posição de neutralidade, para permitir que outras candidaturas possam desenvolver-se".
O torneio em 2030 será o Mundial do centenário, por decorrer um século desde a organização do primeiro campeonato, realizado e conquistado pelo Uruguai, país que já anunciou uma candidatura conjunta com a Argentina e o Paraguai, tendo a Bolívia a querer também juntar-se a este trio.
Entretanto, quatro países europeus, Grécia, Bulgária, Roménia e Sérvia estão também a estudar a possibilidade de uma candidatura conjunta para sediar a competição, tal como o Reino Unido e a República da Irlanda.
A hipótese de uma candidatura tripla de Espanha, Portugal e Marrocos foi avançada em novembro passado pelo jornal espanhol El País, ao revelar que o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, numa visita a Rabat, apresentou a ideia ao seu homólogo marroquino, Saadedín Al Othamani, e ao Rei daquele país africano, e que a mesma foi “bem acolhida” pelas autoridades marroquinas.
No entanto, o ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues, quando confrontado alguns dias depois com tal possibilidade, afirmou não ter “conhecimento formal de nenhuma comunicação oficial relativamente a uma candidatura tripartida” de organização do Mundial2030 de futebol, com Espanha e Marrocos.
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