Trata-se de uma das contratações mais impressionantes da história: o cinco vezes vencedor da Bola de Ouro Cristiano Ronaldo, agora deixado de lado aos 37 anos pelos grandes da Europa, optou por um "exílio dourado" ao assinar por dois anos e meio com o clube saudita Al Nassr.
Sem clube desde a rescisão do contrato com o Manchester United no final de novembro, CR7 irá receber um prémio de assinatura de 100 milhões de euros, para além do pagamento de cerca de 200 milhões de euros anuais (soma de um vencimento base de 70 milhões, compromissos comerciais e outros incentivos contratuais).
"Estou ansioso para experimentar uma nova Liga num país diferente", disse Cristiano Ronaldo, citado na conta do Twitter do seu novo clube, posando com a sua nova camisola amarela e azul, com o habitual número 7.
"A visão do Al Nassr sobre o futebol masculino e feminino é muito inspiradora, pudemos ver durante o Mundial2022 que a Arábia Saudita era um país com muitas ambições e potencial", acrescentou o clube no comunicado publicado pela agência de comunicação que representa o craque português.
A contratação também direciona os holofotes para a liga saudita, desconhecida do grande público.
"História em construção. Esta é uma contratação que não apenas inspirará nosso clube a alcançar um sucesso ainda maior, mas também inspirará nossa liga, nossa nação e as gerações futuras, meninos e meninas, a serem a melhor versão de si mesmos. Bem-vindo Cristiano à tua nova casa", disse o clube saudita.
Cristiano Ronaldo tem um palmarés invejável, com cinco Bolas de Ouro, cinco títulos da Liga dos Campeões (2008, 2014, 2016, 2017 e 2018), títulos de campeão italiano com a Juventus (2019 e 2020), de Espanha com Real Madrid (2012 e 2017) e da Inglaterra com o Manchester United (2007, 2008 e 2009).
É também o maior marcador da Liga dos Campeões e da história da seleção portuguesa, com a qual conquistou o Euro2016.
Meses de tormenta
No entanto, Cristiano Ronaldo, a personalidade mais seguida no Instagram, estava a viver alguns meses difíceis, após a a saída tempestuosa do Manchester United, onde foi projetado ao estrelato entre 2003 e 2009, e ao qual havia regressado em 2021 após passagens por Real Madrid (2009-2018) e Juventus (2018-2021).
Desde meados deste ano, CR7 queria deixar o Manchester United e a chegada do treinador holandês Erik Ten Hag, que limitou o seu tempo de jogo, agravou a situação.
Numa entrevista em novembro, pouco antes do Mundial, o avançado criticou antigos e atuais treinadores, dirigentes e ex-companheiros de equipa, sem fazer autocrítica.
Pouco depois, o Manchester United anunciou a rescisão do contrato "de comum acordo".
Durante o último Mundial, os minutos em campo foram limitados e Portugal acabou por ser eliminado por Marrocos nos quartos de final. O Al Nassr, treinado desde julho pelo francês Rudi García, conquistou nove títulos de campeão da Arábia Saudita, o último deles em 2019.
Nem Europa, nem Estados Unidos
A rescisão do contrato na Inglaterra em pleno Mundial deixou o português livre para orientar o final de carreira para o lugar que desejasse. Ou melhor, para o lugar que pudesse.
No início pensou-se que ainda poderia ter chances de brilhar num clube candidato à conquista da Liga dos Campeões e nomes como Chelsea, Bayern de Munique, Nápoles ou até mesmo o clube onde surgiu, o Sporting, este último já noutro patamar de relevância, mas com uma forte componente afetiva.
Nenhuma das opções se materializou. O caminho rumo à MLS e ao Inter Miami tampouco se concretizou.
Depois do fracasso do Mundial, Cristiano Ronaldo treinou nas instalações do Real Madrid, clube onde viveu os seus melhores dias, mas a equipa da capital espanhola descartou o regresso da sua ex-estrela, que agora tentará dar os seus últimos lampejos geniais num país distante dos holofotes do futebol como a Arábia Saudita, que graças à sua presença certamente atrairá a atenção de inúmeros adeptos, ansiosos para saber como está o antigo maior jogador do mundo nesta nova aventura.
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