Héctor Bellerín, colega dos portugueses Wiliiam Carvalho e Rui Silva no Real Betis, deixou numa entrevista à imprensa inglesa, país onde alinhou várias épocas, bem claras as suas preocupações sociais ao dar a sua opinião sobre o conflito na Ucrânia, não sendo esta a primeira vez que o faz.
O futebolista internacional espanhol, de 27 anos, disse considerar que existe uma considerável diferença de sensibilidade na posição assumida com a guerra no país europeu, em comparação com a que sempre foi mostrada para com outros conflitos. "Custa-me ver que estamos mais interessados nesta guerra do que em outras. Não sei se é porque eles são mais parecidos connosco ou porque o conflito nos pode afetar mais diretamente economicamente, ou com os refugiados", lamentou.
Bellerin assinalou, em particular, o se passa na Palestina ou no Iémen e o reduzido nível de atenção dado a esses conflitos. "A guerra na Palestina é completamente silenciada, ninguém fala sobre isso. Iémen, Iraque...o mesmo. Agora a Rússia foi impedida de jogar no Mundial, mas outros países que fazem o mesmo há muitos, muitos anos...", apontou.
A fechar a entrevista, o antigo jogador do Arsenal considerou tudo isso "racista e muito pouco empático", lamentado que existam vidas a ser perdidas em muitos conflitos e só seja dada importância a quem está mais perto da Europa. "Fizemos vista grossa a tudo o resto e custa-me muito que só se dê importância a estas coisas quando há esta narrativa", concluiu.
Esta não é a primeira vez que Bellerín dá a sua opinião sobre o assunto. Há alguns dias, na sua conta no Twitter, escrevera: "Também devemos estar atentos e educar-nos sobre outros conflitos que estão a acontecer à nossa volta, sobre a quantidade de dor provocada por outras violações dos direitos humanos e sobre outros que também estão a perder de seus entes queridos e sua segurança".
Bellerín não é a primeira personalidade do mundo do desporto a apontar para esta disparidade mediática entre a Guerra na Ucrânia e outras. Zeljko Obradovic, um dos mais bem-sucedidos treinadores da história da Euroliga de basquetebol, lembrou há algumas semanas também o conflito que se viveu no seu país, a Sérvia, e que não teve a mesma atenção agora dada à Guerra na Ucrânia.
"Não quero fazer qualquer declaração, mas esta não é a primeira guerra na nossa vida. Tenho 62 anos e lembro-me de muitas coisas da minha vida, mas não me lembro de as pessoas terem falado tanto quando meu país foi bombardeado, em 1999", apontou o treinador.
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