Já imaginou o Benfica vencer um troféu europeu em casa do rival Sporting? Ou ao contrário? Agora imagina que era o primeiro troféu europeu de sempre. Foi isso que aconteceu ao Olympiacos, que esta noite venceu a Fiorentina por 1-0, na final da terceira edição da Liga Conferência, num jogo decidido quase no final do prolongamento, aos 116 minutos.
A final foi realizada no Estádio Agia Sofia, casa do AEK de Atenas, arquirrival do Olympiacos (o outro é o Panathinaikos). Melhor sítio era impossível.
Este é o primeiro título de sempre de um clube grego em provas da UEFA, depois de uma final da antiga Taça dos Campeões perdida pelo Panathinaikos. De referir que a final teve arbitragem portuguesa, liderada por Artur Soares Dias.
Para a Fiorentina, é a segunda final seguida perdida nesta Liga Conferência, depois da derrota aos 89 minutos na época passada diante do West Ham.
A Fioretina procurava o segundo título europeu, depois da conquista da extinta Taça das Taças em 1960/61 diante dos escoceses do Glasgow Rangers. Os italianos não queriam repetir as quatro finais perdidas em provas da UEFA, a última das quais na época passada, precisamente nesta prova, frente aos ingleses do West Ham, que se impuseram por 2-1 na final disputada em Praga, graças a um golo marcado aos 90 minutos por Jarrod Bowen.
Já o Olympiacos estava na sua primeira final de sempre em provas da UEFA. Aliás era apenas a segunda equipa grega a atingir a final, depois do Panathinaikos, em 1970/71, na antecessora da Liga dos Campeões, perdida para o Ajax, por 2-0. A equipa orientada pelo espanhol José Luis Mendilibar tentava seguir o exemplo dos escalões de formação, uma vez que os jovens ‘thrylos’ conquistaram a Youth League há um mês, ao vencerem por 3-0 na final os italianos do AC Milan, que tinham eliminado o FC Porto nas 'meias'.
Os gregos tinham os portugueses David Carmo, Daniel Podence e Chiquinho no onze e com André Horta e João Carvalho no banco. O português Rúben Vezo e Gelson Martins, o o ex-FC Porto Fran Navarro e o ex-Sporting Jovane Cabral não estão inscritos na Liga Conferência, por isso ficaram fora dos convocados.
O Olympiacos tinha o aliciante de poder conquistar o seu primeiro troféu europeu no Estádio Agia Sophia, casa do rival AEK de Atenas. Os adeptos do AEK chegaram mesmo a pedir a UEFA para mudar o palco da final desta Liga Conferência, mas a decisão do organismo europeu, tomada há anos, foi mantida.
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Logo aos quatro minutos, Podence combinou com Chiquinho e disparou para uma defesa apertada de Terracciano, para canto.
A equipa de Vincenzo Italiano reagiu e chegou a meter a bola no fundo das redes, aos 09 minutos, mas Cristiano Biraghi estava em posição irregular. Artur Soares Dias confirmou, após conversa com o VAR. Aos 21 minutos, novamente a Fiorentina a criar perigo: Bonaventura apareceu isolado perante Tzolakis mas rematou fraco, para as mãos do guardião grego. Tzolakis teve mais trabalho que Terracciano no primeiro tempo.
As duas equipas tentavam sempre acelerar o jogo, principalmente pelos corredores, mas isso levava também a muitas perdas de bola. Apesar da intensidade, o jogo foi para o intervalo sem golos.
No segundo tempo, a Fiorentina continuou mais perigosa, mas esbarrava sempre no guardião dos gregos. Aos 68 minutos, Tzolakis teve de se aplicar para negar um golo cantando ao emblema Viola. Kouamé foi o homem do remate.
Os treinadores José Luis Mendilibar (Olympiacos) e Vincenzo Italiano (Fiorentina) tentaram os seus trunfos no banco. André Horta e Stefan Jovetic entraram nos gregos, o angolano M'Bala Nzola e Alfred Duncan foram as apostas no lado italiano.
Apesar dos esforços dos jogadores, o jogo teimava no 0-0.
Foi preciso prolongamento, onde Jovetic quase desatava o nó, aos 96 minutos mas o seu remate foi parado por Terracciano, com classe.
O desgaste físico foi tomando conta dos jogadores que iniciaram o jogo, algo que se via nas ações em campo. Muita vontade, pouco discernimento e energia para fazer melhor.
Aos 116 minutos, loucura no Agia Sofia. Um centro de André Horta foi desviado por El Kaabi para o fundo das redes. Os gregos explodiram em alegria, a depressão tomou conta dos italianos, que tinham perdido a final da Liga Conferência na época passada aos 89 minutos. Depois de muito esperar pelo VAR, por causa de um possível fora de jogo do avançado marroquino, o golo foi confirmado: Segunda explosão de alegria no relvado e nas bancadas.
Depois foi aguentar com tudo até ao apito final de Artur Soares Dias.
O Oympiacos conquista assim o seu primeiro troféu europeu de sempre, o primeiro também da Grécia. Para a Fiorentina, é mais uma derrota, depois de ter perdido a final desta prova na época passada diante do West Ham.
Os gregos sucedem no palmarés da terceira competição da UEFA aos ingleses do West Ham, depois da primeira edição ter sido ganha pela Roma, então treinada pelo português José Mourinho.
Uma palavra para a excelente arbitragem da equipa portuguesa, liderada por Artur Soares Dias. Esta foi a quinta final europeia de clubes com árbitros portugueses, depois de António Garrido e Pedro Proença terem dirigido os jogos decisivos da Liga dos Campeões de 1979/80 e 2011/12, respetivamente, e de Vítor Pereira ter arbitrado a final da Taça UEFA de 2001/02 e da Supertaça Europeia de 2001.
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