A tarefa do FC Porto não era fácil à partida. Vencer em Londres o atual campeão inglês para seguir em frente na Liga dos Campeões podia parecer uma quimera complicada para quem nunca venceu em Inglaterra. Mas este Chelsea de Mourinho não tem correspondido ultimamente ao estatuto que a teoria dos 'milhões' lhe confere e terá sido com esta premissa que o FC Porto de Julen Lopetegui apresentou-se no 'terreno do inimigo', com a expectativa de rectificar a quase humilhante derrota caseira frente ao Dínamo Kiev por 2-0 e fazer história ao alcançar uma hipotética primeira vitória em Inglaterra.

Com André André afastado devido a problemas físicos, os 'dragões' apresentaram-se em Londres sem um ponta de lança no onze inicial pois Aboubakar começou o jogo em Stamford Bridge no banco de suplentes. Lopetegui tentou surpreender Mourinho com uma equipa disposta em 3x5x2, em que Maxi Pereira e Layún garantiam os equilíbrios nos respetivos corredores sendo Corona e Brahimi as referências no ataque. A estratégia do técnico basco funcionou nos minutos iniciais com o internacional argelino a criar a primeira situação de perigo do jogo.

O Chelsea de José Mourinho parecia abdicar da posse de bola, mas não das situações de perigo caso elas surgissem, e foi assim que quase na primeira investida à baliza de Iker Casillas os londrinos chegaram à vantagem pois a falta de sorte de Diego Costa acabou por ser o azar de Marcano, que num lance infeliz introduziu a bola na própria baliza após o ressalto de uma bola na sequência de uma intervenção do guardião espanhol aos 12 minutos.

O golo madrugador do Chelsea numa altura em que o FC Porto tentava assumir o domínio de jogo acabou por ser um rude golpe na confiança da equipa de Lopetegui que a partir não conseguiu disfarçar as crónicas dificuldades em dar a volta a um resultado desfavorável.

Quase como sintoma desse duro golpe na baliza de Casillas, o Chelsea de José Mourinho ganhou um fôlego de tranquilidade para aplicar na prática uma forma de jogar 'taoísta' assente na filosofia do Wu Wei, que à letra significa algo como não fazer, fazendo, ou seja, jogar no erro do adversário e esperar passivamente por uma oportunidade. O FC Porto tinha mais posse de bola, mais passes e mais investidas à baliza de Courtois, mas a realidade ao intervalo era mais dura que a estatística: os 'dragões' estavam com um pé na Liga Europa com a vantagem do Dínamo Kiev na Ucrânia sobre o Maccabbi Telavive.

No segundo tempo, o FC Porto estava obrigado a dar a volta ao marcador e começou desde logo por demonstrar esse objetivo, mas foi o Chelsea por intermédio de Willian a colocar Casillas em sentido. Jesús Corona respondeu num remate em arco, mas Courtois defendeu e manteve a baliza dos 'blues' invicta.

Aos 52 minutos, o mesmo Willian acabou por sentenciar o destino do FC Porto quando finalizou um rápido contra-ataque que culminou no 'fuzilamento' de Iker Casillas no interior da grande área portista. Perante o guardião espanhol, o internacional não deu qualquer hipótese de defesa e num remate fulminante praticamente garantiu os três pontos para o Chelsea e o primeiro lugar do grupo G.

A perder por 2-0, Julen Lopetegui foi obrigado a fazer alterações. O técnico do FC Porto lançou então Rúben Neves e Aboubakar e retirou Imbula e Maxi Pereira. O meio-campo dos 'dragões' ganhou uma nova dinâmica, a posse de bola manteve-se, e Brahimi continuou a ser o jogador mais inconformado dos azuis e brancos, que em Londres equiparam de branco.

Apesar das tentativas dos 'mago' argelino, e já com Tello em jogo, o FC Porto acabou por ficar em branco no marcador. O Chelsea ia dilatando o marcador por intermédio de Hazard já perto do final de jogo, com o belga a enviar uma bola ao poste de Casillas.

Com este resultado, o Chelsea ascendeu ao primeiro lugar do grupo G com 13 pontos, destronando o FC Porto para o terceiro lugar. O Dínamo Kiev venceu o último jogo do grupo em casa diante do Maccabbi Telavive e conseguiu apurar-se para os oitavos de final da prova graças, em grande parte, à surpreendente vitória no Estádio do Dragão na penúltima jornada.

Curiosidades:

- Brahimi foi a grande referência na equipa do FC Porto tendo sido o jogador que mais passes recebeu da equipa portista, seguido por Danilo que recebeu um total de 56 passes.

- Danilo foi quem mais passes completos fez com um total de 66 passes completos em 70 tentativas.
- Do lado do Chelsea, Hazard foi quem mais passes recebeu com um total de 37 passes, sendo Matic o jogador dos 'blues' com o maior número de passes completos com um total de 34 em 39 (87%)
- O Chelsea (11) teve menos oportunidades de golo do que o FC Porto (16) mas foi mais objetivo e beneficiou de um autogolo para ganhar vantagem numa fase preliminar do encontro.

- FC Porto continua sem vencer em Inglaterra. Em 16 jogos 14 derrotas e 2 empates, marcou 10 golos e sofreu 47
- FC Porto não marca golos em Inglaterra há 4 jogos consecutivos (é a pior sequência do clube)
- Chelsea marcou em todos os jogos que disputou contra equipas portuguesas (13 jogos - 21 golos)
- Pela 1.ª vez o FC Porto fica pelo caminho na fase de grupos da Liga dos Campeões depois de ter vencido 3 jogos
- FC Porto igualou o Chelsea em número de derrotas (42) na Liga dos Campeões (desde 1992/93)
- Nunca o FC Porto fez tantos pontos na fase de grupos (10 pts) da Liga dos Campeões e foi eliminado
- Das 3 vezes que o FC Porto não se qualificou para a fase seguinte da Champions, caiu sempre para a Liga Europa
- FC Porto em Inglaterra nos últimos 4 jogos (4 derrotas 12 golos sofridos e NENHUM marcado)
- Mariano González foi o último jogador azul e branco a marcar em solo britânico (2009 Man. Utd). Em Stamford Bridge o último foi Quaresma (2007)
- O FC Porto juntamente com o Olympiacos é a formação com + derrotas fora de casa na Liga dos Campeões (39)
- O FC Porto é a equipa com mais derrotas na Liga dos Campeões (53) em 162 jogos
- Pela 1.ª vez na história da Champions, uma equipa com 10 pts à 4.ª jornada fica pelo caminho na fase de grupos (2 derrotas consecutivas)

- Iker Casillas vai estrear-se na Liga Europa

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