Bernardo Silva esteve em destaque esta noite, na vitória do Manchester City sobre o Real Madrid por 4-0 no Ethiad, que coloca o emblema inglês na final da Liga dos Campeões. Os Citizens, que se preparam para serem campeões ingleses, deram uma banho de bola aos atuais detentores do troféu, na segunda-mão das meias-finais da prova. O resultado só não foi mais volumoso porque Courtois tirou três golos cantados a Haaland.

Na final, o Manchester City vai medir forças com o Inter Milão, que afastou o rival AC Milan (2-0 e 1-0).

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Depois do sono que foi o Inter Milão 1-0 AC Milan da última terça-feira, os amantes do futebol ansiavam por este duelo entre os principais candidatos a vencer a prova, nesta que era uma espécie de final antecipada. O 1-1 no Bernabéu tinha deixado tudo em aberto para o Ethiad, onde havia a curiosidade para saber se os merengues voltariam a ter capacidade para travar esta máquina de jogar futebol que é a equipa de Guardiola.

Para o milionário Manchester City, este jogo era visto como o penúltimo da Champions rumo ao tão desejado título, que o clube persegue há quase duas décadas.

Numa reedição da meia-final da última temporada, o Real Madrid esperava novo triunfo (nem que fosse nas grande penalidades) para continuar dono e senhor da mais importante competição europeia de clubes e poder elevar o recorde para 15 conquistas, numa época em que já venceu a Taça do Rei de Espanha mas que deixou a Liga Espanhola fugir para o rival Barcelona.

Génio português faz estragos: Bernardo ensina Haaland como se faz

Num lotado Ethiad, com um ambiente fantástico, o génio português Bernardo Silva vestiu a capa de herói e carregou os cityzens para uma exibição memorável, principalmente nos primeiros 25 minutos em que os atuais campeões da Europa limitaram-se a ver jogar, incapazes de fazer dois passes seguidos, tal era o sufoco do Manchester City.

Começou com um duelo curioso entre Thibaut Courtois e Erling Haaland, com vantagem para o gigante belga, um dos melhores do mundo na sua posição. Depois de Rodri ter falhado o primeiro logo aos sete minutos, Courtois confirmou o monstro que é na baliza ao negar o golo a Haaland aos 12 minuto: centro de Graelish, cabeceamento do norueguês que o belga defendeu, a bola ficou em cima da linha até aparecer Alaba para afastar.

Minuto 21: Courtois 2-0 Haaland. De Bruyne meteu na área, Akanji amorteceu a bola para a entrada de Haaland, de cabeça. Courtois voou e desviou para canto, numa defesa fantástica.

A batalha com o robot Haaland era de Courtois, com Bernardo Silva a música ia ser outra.

Aos 23 minutos, numa das descidas de Stones pela direita que o Real nunca soube ler e travar, o defesa transformado em médio por Guardiola deixou em De Bruyne que deu logo em Bernardo na área, o génio português disparou de pé esquerdo e fez o primeiro. O Ethiad quase que vinha abaixo.

Só aos 32 se viu o Real Madrid perto da área do Manchester City, numa arrancada do apagado Vinícius pela direita que Kyle Walker anulou também na velocidade. No minuto seguinte, os merengues entraram na área inglesa pela primeira vez, num canto.

Três minutos depois, Kroos soltou uma bomba de muito longe que deixou a barra de Ederson a tremer por largos minutos. Remate fantástico do alemão.

Reagiu o Manchester City com... o 2-0, novamente por Bernardo Silva. Jogada pela esquerda, Grealish serviu Gundogan, o alemão rematou contra um defensor, a bola sobrou para o criativo português dos cityzens que atirou de cabeça, em vólei, para o fundo das redes.

Haaland desesperado, Courtois gigante. Real acord mas pouco

O 2-0 ao intervalo pedia um outro Real Madrid, como se viu no início do segundo tempo, já que a equipa não podia ficar mais à espera. Havia dois golos para anular mas, antes, era preciso arranjar formas de ferir o City.

Alaba tentou aos 51, de livre direto, mas Ederson foi lá com a luva esquerda fazer uma monumental defesa.

Carlo Ancelotti, que esta noite se tornou no treinador com mais jogos na Champions, foi ao banco tentar algo aos 63 minutos, mexendo com o jogo da sua equipa. Entrou Rudiger para central, saiu Modric, Alaba foi para lateral esquerda, Camavinga, que estava nessa posição, adiantou-se para o meio-campo. Dez minutos depois, nova mexida nos campeões europeus: Marco Asensio entrou no lugar de Toni Kroos. O meio-campo merengue ganhava sangue novo.

Apesar de estar mais na expetativa no segundo tempo, o City ia criando perigo. O 3-0 esteve nos pés de Haaland aos 73 minutos, mas a sua luta com Courtois estava destinada a ser um fracasso: lance bem tricotado pelo ataque dos cityzens, com Grealish a vir da esquerda para o meio, a deixar em Haaland que deu em Gundongan, este deixou de calcanhar para o norueguês que dominou com um rematou com o outro. Defesa de outro mundo do belga, com a bola ainda a resvalar na barra. Haaland estava desesperado, aos murros no relvado.

O desespero de Haaland durou pouco já que, aos 76, um livre lateral de Kevin De Bruyne encontrou Akanji que deu um ligeiro desvio na bola, antes de Éder Militão desvia-la para o sítio errado. 3-0 para o City e eliminatória resolvida, mesmo sabendo que este Real Madrid nunca se dá por vencido.

Frustrado com o resultado e com o facto de não ter bola, os jogadores do Real Madrid endureceram as entradas nas bolas divididas, fazendo algumas faltas bem duras.

Julian Alvarez: entrar e marcar

Em termos de futebol, só aos 83 minutos voltaram a incomodar Ederson, que fez duas defesas seguidas: primeiro, a remate de Benzema, depois, na recarga de Lucas Vazquez, que tinha entrado pouco tempo antes.

Aos 90 minutos, Pep Guardiola trocou o frustrado  Haaland por Julian Alvarez e, um minuto depois de entrar, o argentino campeão do Mundo recuperou uma bola a meio-campo, deixou em Mahrez que descobriu logo Phill Foden (entrou no segundo tempo), o jovem inglês desmarcou o avançado para um remate certeiro. 4-0 e um amasso ao Real Madrid.

Depois do 1-1 na 1.ª mão, o Manchester City mostrou porque é a melhor equipa do Mundo na atualidade, com estes 4-0 ao campeão europeu e do mundo.

Em busca do seu primeiro título da ‘Champions’, o Manchester City regressa à final, duas temporadas depois de ter perdido com o Chelsea no Estádio do Dragão, defrontando o Inter Milão, três vezes campeão europeu, no encontro decisivo, marcado para 10 de junho, em Istambul.