Em noite de Liga dos Campeões, o Sporting chegou a ter nas mãos a vitória diante o Tottenham, mas os últimos minutos quase traíram por completo os Leões.

Os Leões inauguraram o marcador ainda na primeira parte por Marcus Edwards aos 22 minutos, mas Bentancur restabeleceu a igualdade no marcador a dez minutos do apito final. No último minuto, Harry Kane marcou o 2-1, gelou o Leão que respirou com o fora de jogo.

Os Leões ficam com todas as decisões reservadas para a última jornada na receção ao Eintracht Frankfurt e permanecem no segundo lugar do grupo D.

Veja as principais imagens do encontro

Amorim promove dois regressos, Conte faz revolução

Num encontro que obrigava um Leão a aparecer na máxima força, Rúben Amorim manteve-se fiel ao habitual 3-4-3, mas com o regresso de dois pesos pesados para o onze inicial. Paulinho entrou para o lugar do castigado Pedro Gonçalves, e assumiu claramente a posição de pivot na frente de ataque, quer como principal referência ofensiva, como também a baixar na construção de jogo da equipa.

Na linha de três centrais, Coates foi o grande reforço que rendeu Marsà relativamente ao duelo do campeonato frente ao Casa Pia. Destaque ainda para Matheus Reis que permaneceu como central com Nuno Santos a percorrer todo o corredor esquerdo.

Do lado do Tottenham, Antonio Conte promoveu seis alterações face ao jogo com o Newcastle para a Premier League. Matt Doherty, Cristián Romero, Ben Davies, Pierre Hojbjerg, Lucas Moura e Ivan Perisic entraram para os lugares de Emerson Royal, Davinson Sánchez, Clément Lenglet, Ryan Sessègnon, Oliver Skipp e Yves Bissouma.

A dupla temível composta por Son e Harry Kane manteve-se nas escolhas iniciais dos 'Spurs' que também alinharam no habitual 3-4-3.

Primeira parte: Transições e eficácia deram vantagem ao Leão

Um Sporting a reagir à dupla jornada negativa diante o Marselha e com as garrafas afiadas em Londres era o que se pedia e o que os comandados de Rúben Amorim conseguiram fazer.

A casa do Tottenham transmitia um ambiente digno de Champions, mas também eram alguns dos adeptos do clube de Alvalade que aqueciam as bancadas.

Danny Makkelie apitou para o início do encontro e a equipa da casa entrou bem pressionante e com vontade de chegar ao primeiro golo da noite o mais rápido possível. Do lado do Sporting, era percetível desde o princípio que não havia qualquer problema em entregar a posse de bola ao adversário e em investir em transições conduzidas muito pela ação de Edwards.

O primeiro aviso surgiu, ainda assim, da equipa portuguesa por Coates. Aos 13 minutos, o central uruguaio saltou mais que os outros jogadores num canto cobrado por Nuno Santos, mas a bola passou um pouco ao lado da baliza de Lloris.

O protagonista nos minutos seguintes acabou por ser Adán. Aos 14 minutos, o guardião espanhol quase comprometeu com uma saída aos pés de Perisic, mas valeu Nuno Santos a evitar males maiores. Um minuto depois, redimiu-se e negou o primeiro do Tottenham com uma mancha a Lucas Moura. O lance acabou, ainda assim, por ser invalidado devido a posição irregular.

Mas o Leão tanto resistiu que conseguiu fazer da eficácia e das transições o seu ponto mais forte. Aos 20 minutos, Paulinho falhou o primeiro à boca da baliza, mas Edwards quis dar espetáculo dois minutos depois com um remate de fora da área.

Um grande golo do ex-jogador dos 'Spurs' à antiga equipa que não só deu a vantagem aos Leões como reacendeu a tão comum 'lei do ex'.

A partir daqui, a ascensão dos verdes e brancos ainda começou a ser maior. O conforto do Sporting fazia-se sentir e Conte começava a demonstrar algum nervosismo na zona técnica. A única grande ameaça do Tottenham antes do intervalo foi mesmo por Son aos 38 minutos, mas para defesa fácil de Adán.

Coates também chegou a dar o 2-0 aos Leões à moda da 'mão de Deus' aos 41 minutos, mas a tecnologia não deixou escapar a irregularidade do lance.

Segunda parte: Harry Kane gelou, mas não passou de um susto

Na entrada do segundo tempo, Conte percebeu que algo não estava bem e a equipa apareceu com uma postura totalmente diferente comparativamente à primeira parte.

Adán chegava dos balneários pronto para começar a aquecer as luvas e o Sporting começava a sentir um maior sufoco sem conseguir responder com as habituais transições da primeira parte.

Aos 51 minutos, Adán tirou o pão da boca a Kane e um minuto depois voltou a brilhar ao negar o golo ao ex-Sporting Eric Dier.

Aos 56 minutos, foi a vez de Son tentar, mas a muralha mantinha intacta. A única resposta verdadeiramente visível dos Leões foi nos pés de Trincão que, junto a Lloris, atirou por cima da baliza.

O ambiente entre os jogadores também começava a aquecer e Rúben Amorim, apercebendo-se do visível desconforto da equipa, colocou Mateus Fernandes (uma estreia na Liga dos Campeões) e Flávio Nazinho em campo, acompanhado minutos a seguir pela entrada de  Arthur e Fatawu - uma clara prova de confiança do técnico aos mais jovens.

Ainda assim, o sufoco continuava e ia valendo Adán à equipa portuguesa. Doherty meteu as mãos à cabeça por não conseguir dar aquele que seria o empate do Tottenham aos 69 minutos.

Nazinho teve o golo nos pés por duas ocasiões, aos 76 e 77 minutos, mas o remate do jovem lateral-esquerdo não encontrou a direção das redes de Lloris.

A resposta chegou com eficácia do Tottenham que chegou ao empate num pontapé de canto. Bentancur elevou-se sobre Adán e atirou para o fundo das redes aos 80 minutos.

Foi aí que o jogo ainda se tornou mais frenético com oportunidades para ambos os lados. Dier teve o golo na cabeça por duas ocasiões e Fatawu testou os reflexos de Lloris.

No último minuto, um dos principais momentos do encontro e que por pouco não gelou o Leão. Harry Kane apareceu na grande área aos 95 minutos e rematou depois de a bola ter ressaltado para Nazinho. O Estádio do Tottenham quase ia abaixo e o VAR deixou tudo em suspenso até invalidar o golo à equipa londrina.

O Sporting respirou de alívio e Conte terminou expulso. Um jogo que só terminou mesmo depois do apito final de Danny Makkelie.