O treinador do Chelsea, Thomas Tuchel, afirmou hoje, quando questionado sobre as sanções impostas ao clube, que está preparado para dirigir um minibus nas deslocações da equipa aos jogos “se tal for necessário”.
Entre as restrições impostas pelo governo britânico ao clube detido pelo russo Roman Abramovich, que limitam notavelmente as suas receitas, está um limite de 24 mil euros por jogo, para organizar as deslocações da equipa quando joga fora.
Tendo em conta que o Chelsea joga na quarta-feira com o Lille, em França, a segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, ao treinador alemão foi perguntado como é que esta deslocação iria ser feita.
“De acordo com as últimas informações que recebi, temos um avião. Se não formos de avião, vamos de comboio ou de autocarro, ou até eu mesmo conduzo um minibus”, afirmou Thomas Tuchel.
O alemão não quis se debruçar muito sobre a extensão das dificuldades do clube devido à grande incerteza e às informações que mudam rapidamente.
“Só podemos esperar dia a dia, porque tudo pode mudar. O clube está à venda, mas vamos torcer para que dê tudo certo. Estamos a avançar dia a dia, que é uma boa maneira de se viver a vida”, disse.
O treinador, que garantiu que ficaria no clube “até ao final da época”, defendeu que “há circunstâncias sobre as quais não se tem influência e isso dá a liberdade para permitir focar nas que se pode influenciar”.
Tuchel afirmou que as atenções estavam focadas na equipa, mas apontou que o Chelsea é muito mais do que isso, considerando que é um grande clube, com uma tradição enorme e centenas de funcionários, não apenas jogadores.
“Há muitas pessoas que vejo todos os dias que estão preocupadas. Eles trabalham há décadas aqui, mas não são famosos e estão preocupados com o futuro”, disse o treinador alemão.
Na quinta-feira, o governo britânico anunciou novas sanções contra vários empresários russos, incluindo Roman Abramovich, proprietário do Chelsea desde 2003 e cujos bens estão congelados.
O Chelsea está impedido de vender bilhetes para jogos, negociar jogadores e o processo da sua venda foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.
Abramovich, que viu a I Liga inglesa de futebol retirar o estatuto de dirigente, tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, “devido à atual situação”, em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.
Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
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