Numa eliminatória em que o favoritismo pendia para o Fenerbahçe, o SC Braga mostrou que não há vencedores antecipados e 'despachou' os turcos com um agregado de 4-2, virando uma eliminatória que parecia mais fácil para a formação de Vítor Pereira. Na Pedreira, o Braga foi gigante teve a paciência para aplicar os golpes certos nos momentos exatos do jogo, enervando os turcos e virando uma eliminatória que ao intervalo parecia difícil de vencer.
Muito da vitória dos 'guerreiros' esteve na forma como a equipa soube estar em todos os momentos de jogo. Paulo Fonseca montou um Braga ao ataque, mas com menos profundidade. A inclusão de Josué, que derivava muitas vezes para o meio, dava para equilibrar o jogo no meio-campo onde o Fenerbahçe tinha três jogadores. As alas eram deixadas para as subidas dos laterais e para a velocidade de Rafa Silva, um jogador incansável, tanto a atacar como a defender.
A equipa de Vítor Pereira entrou bem, destemida, tentando marcar um golo que pudesse acabar logo com as aspirações minhotas. Mas no primeiro golpe, Hassan fugiu aos centrais e aos árbitros (estava ligeiramente adiantado), aproveitou um passe de Vukcevic e fez o 1-0, deixando tudo empatado no conjunto dos dois jogos.
Os turcos, que já estavam nervosos, ficaram ainda piores quando o técnico Vítor Pereira foi expulso antes do intervalo. Sem o 'comandante' da equipa, esperava-se um segundo tempo difícil para a formação turca. Mas nos descontos do primeiro tempo, Potuk aproveitou uma bola perdida e fez o 1-1. O SC Braga tinha 45 minutos para marcar dois golos e não sofrer nenhum.
E num segundo tempo de verdadeiros guerreiros, os homens de Paulo Fonseca tomaram de assalto a baliza de Volkan Demirel e só pararam ao quarto golo. Josué fez o 2-1 de grande penalidade aos 69 minutos, num lance em que Topal foi expulso após segundo amarelo. Após o segundo golo e com menos um elemento, os turcos desorientaram-se e foram incapazes de travar o ataque minhoto. Stojiljkovic, aos 74', e Rafa Silva, aos 83', deram a machadada final nas aspirações do Fenerbahçe.
O Braga chegou aos 90 golos nas provas da UEFA e esta época é o 3.º melhor ataque caseiro da Liga Europa 2015/16, com 12 golos; só Tottenham (13) e Nápoles (16) têm melhor registo. A equipa de Paulo Fonseca chegou às seis vitórias, o mesmo que tinha alcançado em 2011 quando chegou à final da competição.
A equipa minhota está assim nos quartos de final da Liga Europa pela segunda vez. É a única equipa portuguesa que se mantém nas quatro frentes (Liga, Taça, Taça da Liga e competições europeias).
Os melhores
Rafa Silva deve ter feito um dos melhores jogos pelo Braga. O extremo de 21 anos estava em todo o lado, atacando, defendendo, roubando bolas, correndo, rompendo linhas e lançando um pânico na defensiva contrária. A presença de Fernando Santos nas bancadas deve ter inspirado o jogador que muito provavelmente estará nos eleitos de Portugal para os próximos jogos. Com o golo marcado passa a ter nove e iguala a sua melhor época de sempre no que golos diz respeito.
Os laterais do Braga, Baiano e Goiano, deram profundidade e ajudaram tanto no ataque como na defesa. Boly e André Pinto ajudaram Matheus a ter pouco trabalho. Destaque também para o trabalho de Vukcevic no meio-campo.
Hassan e Stojiljkovic foram verdadeiras dores de cabeça e juntos marcaram um golo cada, repartido assim a liderança dos melhores marcadores do clube esta época com 13 golos cada.
Os piores
Correu tudo mal ao Fenerbahçe. Os turcos, se calhar, não contavam com um Braga tão aguerrido, pelo que acabaram surpreendidos. A defesa foi quase sempre batida em velocidade. Bruno Alves e Kjaer não vão para novos e perderam quase sempre para os minhotos nos duelos em corrida.
O treinador Vitor Pereira foi expulso ainda na primeira parte e deixou a equipa sem comandante. A partir daí foi sempre a cair até acabar em goleada. No final os jogadores perderam a cabeça e, frustrados, começaram a usar a dureza nalguns lances já na parte final do encontro. Volkan Sen e Potuk foram expulsos com vermelho direto.
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