O FC Porto só ultrapassou uma eliminatória europeia depois de perder em casa na primeira mão, o que aconteceu em 2002/03, frente aos gregos do Panathinaikos, rumo à final da Taça UEFA.

Nos quartos de final, a formação comandada por José Mourinho caiu no Estádio das Antas, culpa de um tento do avançado internacional polaco, de origem nigeriana, Emmanuel Olisadebe, conseguido aos 73 minutos.

Mas, uma semana depois, em 20 de março de 2003, os ‘dragões’ fizeram ‘história’ em Atenas, ao venceram por 2-0, após prolongamento, com dois tentos do luso-brasileiro Derlei, que viria a acabar a prova como o melhor marcador, com 12 golos.

Derlei empatou a eliminatória logo aos 16 minutos, com um ‘tiraço’ rasteiro de fora da área, ainda desviado num defesa, e decidiu-a aos 103, ao isolar-se, aguentar a pressão dos defesas e faturar com toda a classe.

Como, então, os golos fora valiam a dobrar em caso de empate, o Panathinaikos ficou a necessitar de dois golos para dar a volta à eliminatória, mas nem um conseguiu.

Por seu lado, o FC Porto partiu, imparável, rumo à vitória na Taça UEFA: eliminou a Lazio nas meias-finais, com um 4-1 em casa, com grande exibição, e um 0-0 em Roma, onde Vítor Báia parou um penálti, e bateu o Celtic por 3-2, após prolongamento, na final, em Sevilha, com novo ‘bis’ de Derlei.

A eliminatória com os gregos é, porém, uma exceção na história portista nas taças europeias, já que acabou eliminado nas restantes nove vezes que arrancou com desaires caseiros.

A primeira aconteceu logo na estreia nas competições da UEFA, na Taça dos Campeões de 1956/57, ao perder por 1-2 na receção ao Athletic, para, depois, voltar a sair derrotado em Bilbau, por 3-2.

O FC Porto voltou a enfrentar esta situação uma vez nos anos 60 e duas nos anos 70, acabando por ‘tombar’ face ao Munique 1860 (0-1 em casa e 1-1 fora), em 1964/65, ao Nantes (0-2 e 1-1), em 1971/72, e ao Dinamo Dresden (1-2 e 0-1), em 1972/73.

Após a ‘queda’ face ao conjunto da ex-RDA, os ‘dragões’ só começar uma eliminatória europeia com um desaire caseiro 30 anos depois, conseguido a tal única reviravolta face ao Panathinaikos.

Depois disso, o FC Porto enfrentou esta situação mais quatro vezes, sempre com grandes equipas, nomeadamente o Manchester City (1-2 em casa e 0-4 fora), em 2011/12, na Liga Europa, e a Juventus (0-2 e 0-1), em 2016/17, e o Liverpool (0-5 e 0-0), em 2017/18, na ‘Champions’.

Na época passada, numa eliminatória atípica, com os dois jogos a realizarem-se em Sevilha, culpa da pandemia da covid-19, o FC Porto começou por perder com o Chelsea por 2-0, em ‘casa’, e, depois, ganhou por 1-0, ‘fora’, com um ‘golão’ do iraniano Taremi, mesmo a acabar.

Agora, o FC Porto parte para o embate em Lyon com uma desvantagem de um golo, depois de perder na quarta-feira por 1-0 no Dragão, culpa de um golo do médio internacional brasileiro Lucas Paquetá, aos 59 minutos.

O encontro entre Lyon e FC Porto, da segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa em futebol, realiza-se esta quinta-feira, no OL Stadium, a partir das 21:00 locais (20:00 em Lisboa).