É para muitos a final esperada. De um lado a campeã do mundo em título França, do outro a Argentina, seleção que tanto ambiciona voltar a vencer o título, no pós-Maradona e da última vitória em 1986. Seria a homenagem perfeita a um dos seus maiores astros, desaparecido em 2020, e também uma forma de coroar e elevar até à imortalidade o seu mais digno sucessor: Lionel Messi. Ele que esteve tão perto de erguer o troféu no Mundial de 2014, ganho pela Alemanha em 2014.

Frente a frente no duelo entre franceses e argentinos estão porventura os dois melhores jogadores do mundo da atualidade, Kylian Mbappé e Lionel Messi. Mais um grande motivo de interesse para a final do Qatar, para gaudio da organização do certame e de muitos entusiastas do futebol, num encontro decisivo que vai prender a atenção de muitos milhões pelo mundo fora.

Messi vs Mbappé

A final do Campeonato do Mundo vai ter como grande destaque estes dois protagonistas: Messi e Mbappé.

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Os dois jogadores, colegas de equipa no PSG, lutam pelo galardão de melhor marcador da prova, já que contam com cinco golos cada um. Há ainda mais dois jogadores que ainda sonham com o prémio, são eles o argentino Julián Álvarez e o francês Oliver Giroud que marcaram quatro tentos neste Campeonato do Mundo.

Para além dos cinco golos, Messi conta com três assistências, Mbappé tem menos uma assistência, três. Lionel Messi, de 35 anos, vai disputar no domingo a sua nona final pela Argentina, em busca da coroa que lhe está falta, o título mundial de futebol, do qual está muito perto pela segunda vez.

Confronto entre as duas equipas

França e Argentina lutam este domingo pelo título de campeão do mundo, naquele que será o terceiro cetro, já que as duas seleções têm no seu currículo duas conquistas cada uma: No caso da Alviceleste venceu em 1978 e 1986, já a França foi campeã do Mundo em 1998 e 2018. Os gauleses vão tentar repetir o feito do Brasil e da Itália, que venceram dois Mundiais de forma consecutiva. O Brasil em 1958 e 1962, e a Itália em 1934 e 1938.

No que diz respeito ao histórico de confrontos em Campeonatos do Mundo, a França leva vantagem com duas vitórias contra uma dos argentinos. O primeiro embate aconteceu no Mundial do Uruguai em 1930, ainda na fase de grupos, com os argentinos a venceram por 1-0. Em 1978, os argentinos voltaram a impor-se nessa fase, em 1978, por 2-1.

O último embate aconteceu em 2018, com a França a eliminar a Argentina nos oitavos de final da competição, com uma vitória por 4-3.

Olhando para o histórico global, em 12 jogos, contam-se seis vitórias para a Argentina, três para a França e ainda três empates. Os argentinos marcaram 15 golos, contra 11 dos franceses.

Momento de forma e percurso das duas equipas

A Argentina arrancou o Mundial em falso, depois da derrota surpresa frente à Arábia Saudita (2-1). Mas o desaire serviu para a equipa de Lionel Scaloni corrigir algumas deficiências e apresentar-se da melhor forma para os jogos seguintes.

O técnico argentino fez alterações no onze base e lançou Julián Álvarez, Enzo Fernández (Benfica) e Mac Allister, assim como Marco Acuña, antigo jogador do Sporting. Com uma defesa muito sólida, onde pontifica o benfiquista Nicolas Otamendi, os argentinos têm sido letais na frente, com Messi a criar e a marcar, e com o mortífero Álvarez como homem mais adiantado. Ao terminar na primeira posição do grupo, a Argentina ultrapassou a Austrália (2-1), os Países Baixos (2-2, 3-4 após G.P) e a Croácia (3-0) para chegar à final da prova.

Sem Benzema por lesão, os franceses arrancaram com todo o fulgor o Campeonato do Mundo, e impuseram-se frente à Austrália (4-1) e Dinamarca (2-1) assegurando desde logo o apuramento para os oitavos. Contra à Tunísia, os franceses saíram derrotados no último encontro da fase de grupos (1-0), depois de terem colocado em campo uma equipa sem as escolhas habituais. Nos oitavos, ultrapassaram a Polónia (3-1), sofreram e de que maneira para derrotar a Inglaterra nos quartos (2-19, num encontro em que Harry Kane falhou uma grande penalidade. O apuramento para a final ficou selado depois do triunfo por 2-0 contra a seleção de Marrocos, o carrasco de Portugal neste Campeonato do Mundo. Na França, destaque para a capacidade desiquilibradora de jogadores como Mbappé, Dembelé, ou Marcus Thuram, para o poder de finalização de Giroud, que tem estado em grande neste campeonato do mundo. Nota ainda para o papel de Griezmann no miolo, numa posição mais recuada, e para a solidez defensiva dos franceses.

Espera-se assim um duelo disputadíssimo entre França e Argentina, difícil apontar um favorito, com a França a contar na sua globalidade com melhores individualidades, mas do outro lado está a Argentina de Messi que procura fechar com chave de ouro o seu percurso em Mundiais de futebol.

Onze provável da Argentina: Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi, Tagliafico; De Paul, Enzo Fernández, Mac Allister, Leandro Paredes; Messi e Julián Álvarez.

Onze provável da França: Lloris; Koundé, Varane, Konaté e Theo Hernández; Tchouaméni, Fofana e Griezmann; Dembélé, Mbappé e Giroud.

O que dizem os dois treinadores:

Didier Deschamps, treinador da França: "O essencial é manter a serenidade. A Argentina já jogou com seis equipas diferentes e com seis sistemas diferentes, já analisámos o que têm feito, mas mesmo assim é possível que façam algo novo contra nós."

Lionel Scaloni, treinador da Argentina: "O jogo de amanhã [domingo] é Argentina-França, além de Messi e Mbappé, cada um de nós tem armas, existem outros jogadores que podem fazer a diferença, não apenas esses dois. Aproximamo-nos de um grande jogo, mas até ao apito final temos de saborear estes momentos, que ficarão na história e nas nossas cabeças."

Arbitragem

A final do Campeonato do Mundo será dirigida pelo árbitro polaco polaco Szymon Marciniak.

O árbitro polaco, de 41 anos, já tinha dirigido neste Mundial as duas seleções presentes na final, ao apitar o Argentina-Austrália, que os argentinos vencerem por 2-1, nos oitavos de final, e o França-Dinamarca, ainda referente à fase de grupos, vencido pelos gauleses, também por 2-1.

Marciniak será auxiliado pelos compatriotas Pawel Sokolnicki e Tomasz Listkiewicz, o trio que já tinha estado presente no Mundial2018 e no Euro-2016, que a seleção portuguesa conquistou em França

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