Declarações de Fernando Santos, selecionador de Portugal, na análise à convocatória para os play-off de acesso ao Mundial2022.

Manteve o núcleo duro por este ser um momento decisivo? "É um momento para ganhar. Simples. Não é para menos do que isso. Queremos estar no Mundial, é o nosso foco. De todos nós, do povo. Não há muita mais conversa. Este é o momento para ganhar. Tudo o resto é menos importante."

Mexidas na defesa: "Houve um momento de reflexão. Os jogadores têm falado sobre isso. Não seria possível ser o contrário, nós, durante algum tempo, falamos sobre esse assunto mas tudo tem o seu tempo. A partir daí, houve foco total nos jogos. Queremos ir ao Mundial. Aqui é menos importante as questões sobre individualidades. Alguns acertos têm que se fazer, questões devem ser colocadas. Vamos passar ideias aos jogadores para se exprimirem dentro de campo. O tempo é o que temos. Temos que ganhar."

Este é o seu momento mais difícil à frente da Seleção? "O mais difícil não, é o mais importante, sem dúvida. Já foi referido isso. Temos um objetivo que queremos cumprir. O desejo também pertence ao povo. Estes dois jogos serão por Portugal, como foram outros noutros anos. É uma demonstração clara a forma como os bilhetes foram vendidos para o primeiro jogo no Estádio do Dragão. Temos que pensar menos individualmente e focar no que é a equipa."

Ligação a um eventual falhanço de não ir ao Mundial: "Não sou só eu. Somos todos. Eu, jogadores. Se não conseguirmos alcançar o objetivo, isso ficaria na história. É indiscutível. O foco não é esse. Estamos convictos que, juntos, vamos alcançar o objetivo. Não estamos preocupados com as leituras no futuro. O que importa é o presente. A partir do dia 29, os jogadores vão continuar a jogar e eu a treinar."

Como evitar os últimos erros na Seleção? "Nos últimos jogos, perdemos um. Parece que entramos em drama, entramos sempre numa espiral de dramatismo ou de euforia. É perfeitamente normal, compreensível. Há coisas que não estiveram bem. Não ganhamos à Sérvia e ficámos muito chateados e tristes. Há que pegar no que de bem foi feito e na qualidade dos jogadores. O talento só não ganha jogos, torneios. Torneios são ganhos por equipas. Há que colocar em campo a vontade, qualidade, espírito e determinação. Vamos estar juntos como sempre estivemos. Os jogadores têm dito isso."

Portugal é favorito diante da Turquia? "Vamos ter de mostrar isso em campo. Jogando em casa, contra um adversário de muita qualidade individual e coletiva, cujos jogadores disputam campeonatos importantes... É uma equipa bastante agressiva, que tenta muitas vezes partir o jogo ou sair a jogar. Tem a procura pela profundidade também, conhecemos bem a Turquia. Creio que Portugal é favorito. Se não tivermos respeito, ou se tivermos medo, as coisas correm diferente. Não podemos achar que somos os melhores do mundo e que temos de ganhar a toda gente. Nem o contrário. Temos provado que somos uma das grandes equipa. Não podemos entrar em stress. Os jogadores têm confiança sem limites. O coletivo vai ganhar o jogo."

Portugal com dificuldades perante equipas com três defesas: "De todos os jogos que vi, não vamos defrontar, teoricamente, nenhuma equipa com essa linha. Talvez possamos defrontar. Depende do jogo da Itália com a Macedónia. Não é uma questão que se coloque. Não vamos mudar o nosso sistema. Em relação a adversários que jogam com três defesas, colocam-nos algumas dificuldades. A tática tem que ver com as dinâmicas de jogo. Há uma diferença de posicionamentos em equipas que jogam com mais ou menos elementos na defesa. O mais importante de tudo somos nós."

O encontro com a Turquia realiza-se em 24 de março, pelas 19h45, no Estádio do Dragão, no Porto, que, em caso de triunfo luso, será também palco da final do ‘play-off’, face a Itália ou Macedónia do Norte, em 29 de março, também às 19h45.

Portugal precisa de vencer os dois encontros para chegar à fase final do Mundial de 2022, sendo que, se isso não acontecer, falhará a primeira grande competição no século XXI, depois de 11 presenças consecutivas, desde 2000 – a última ausência aconteceu no Campeonato do Mundo de 1998, disputado em França.