Em causa está o "chumbo" do International Board à introdução de novos e mais sofisticados meios tecnológicos, decidida na 124.ª assembleia-geral do “guardião conservador” das regras do futebol, a 06 de Março último, após o golo que apurou a França para o Campeonato do Mundo, em detrimento da Irlanda, quando Thierry Henry ajeitou a bola com a mão e assistiu William Gallas.
No jogo de hoje, em Bloemfontein, na África do Sul, o árbitro uruguaio Jorge Larrionda não confirmou o golo do médio do Chelsea, enquanto as repetições televisivas mostram claramente que a bola atravessou a linha de baliza, quando estavam decorridos 38 minutos, num lance que daria o empate a dois golos à Inglaterra.
“Entrou um bom metro…todos os antigos jogadores profissionais, todas as estrelas defendem o recurso à tecnologia, à excepção de uma pessoa. Não podemos estar todos errados?”, questionou o antigo capitão da selecção inglesa Alan Shearer, em declarações à BBC.
Sem recurso à introdução de um “chip” na bola ou do "olho de falcão", a FIFA apenas autorizou o aumento do número de árbitros para cinco, que entrará em vigor na Liga dos Campeões da época 2010/11 e na fase de qualificação para o Euro2012.
No râguebi, o árbitro, desde 2001, pode recorrer ao apoio do vídeo em algumas jogadas, enquanto o “olho de falcão” é utilizado no ténis, desde 2006.
Em Portugal, as forças políticas representadas na Assembleia da República já manifestaram apoio à petição "Pela verdade desportiva" impulsionada pelo comentador desportivo Rui Santos, com mais de 7000 assinaturas, que defende a introdução das novas tecnologias no futebol, mas reconhecendo que a sua aplicação depende das instâncias que regem a modalidade.
O único árbitro português no Mundial2010, Olegário Benquerença, também já experimentou uma situação semelhante à de Larrionda, num jogo entre o Benfica e o FC Porto, em 2004/05, que terminou com a vitória da formação “azul e branca”, por 1-0.
Nesse clássico, disputado no estádio da Luz, em Lisboa, o árbitro leiriense não validou um lance idêntico, quando o então guarda-redes dos “dragões” Vítor Baía defendeu, para lá da linha de golo, um remate do “encarnado” Petit.
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