A argentina tornou-se hoje a segunda seleção a sagrar-se campeã mundial de futebol depois de começar a fase final com uma derrota, repetindo o trajeto da Espanha na edição de 2010.

Com um triunfo por 4-2 frente à França, nos penáltis, depois de 3-3 nos 120 minutos, o conjunto sul-americano superou a sexta ‘final’ consecutiva, após o desaire por 2-1 frente à Arábia Saudita, na primeira jornada do Grupo C.

Depois dessa inesperada derrota, que impediu então a Argentina de igualar o recorde mundial de 37 jogos consecutivos sem perder da Itália, os ‘albi-celestes’ enfrentaram as duas últimas jornadas da fase de grupos sabendo que um desaire implicava o adeus prematuro ao Qatar.

Veja as imagens do jogo

O segundo encontro foi com o México e a Argentina venceu por 2-0, o mesmo resultado que conseguiu na terceira ronda, face à Polónia, de Robert Lewandowski, isto apesar de, ainda com 0-0, Lionel Messi ter desperdiçado um penálti.

A eliminar, a Argentina começou por bater a Austrália (2-1), nos oitavos de final, para depois superar os Países Baixos nos penáltis (4-3, após 2-2 nos 120 minutos), nos ‘quartos’, e a Croácia (3-0), nas meias-finais.

Hoje, na final de Lusail, o ‘onze’ de Lionel Scaloni completou a recuperação, ao vencer a França nos penáltis (4-2), num embate em que chegou a liderar por 2-0 e 3-1, já no prolongamento.

Na história dos Mundiais, apenas uma seleção tinha chegado ao título depois de começar a perder, nomeadamente a Espanha, que, em 2010, e como campeã europeia em título, arrancou com um desaire por 1-0 face à Suíça, em jogo do Grupo H.

Os espanhóis responderam, porém, da melhor forma e, com triunfos face às Honduras (2-0) e ao Chile (2-1), acabaram ainda por vencer o agrupamento, como a Argentina em 2020.

No ‘mata-mata’, a formação de Vicente del Bosque resolveu tudo com triunfos por 1-0, face a Portugal (oitavos de final), Paraguai (quartos de final), Alemanha (meias-finais) e Países Baixos final), neste último caso após prolongamento.

Além de Espanha, em 2010, e Argentina, em 2020, apenas mais três seleções acabaram campeões com uma derrota no percurso, a RFA, em 1954 e 1974, e os argentinos, em 1974.

Em 1954, a RFA foi goleada por 8-3 face à Hungria, na segunda jornada da fase de grupos, para depois acabar a prova com um triunfo por 3-2 face aos magiares, numa final em que a formação de Puskás, Kocsis ou Czibor liderou por 2-0.

Vinte anos depois, a RFA, a jogar em casa, voltou a ganhar com uma derrota pelo meio, esta muito inesperada, sofrida na terceira jornada da fase de grupos, perante a RDA (0-1), a vizinha do outro lado do muro.

Na edição seguinte, em 1978, a anfitriã Argentina também sofreu um desaire na caminhada para o seu primeiro título, ao perder com a Itália por 1-0, igualmente na terceira jornada da primeira fase de grupos.