A federação ucraniana de futebol (UAF) instou hoje a FIFA a afastar o Irão do Mundial2022, a disputar entre 20 de novembro e 18 de dezembro, alegando violação dos direitos humanos e apoio militar à Rússia com armamento.
A UAF pede a retirada do Irão da competição, na qual a seleção comandada pelo português Carlos Queiroz vai defrontar Inglaterra, Estados Unidos e País de Gales, no Grupo B da prova que vai ser disputada no Qatar.
No entanto, o comité executivo da UAF não apresenta a seleção ucraniana como substituta da iraniana, ao contrário da sugestão feita pelo Shakhtar Donetsk, na semana passada.
Em 24 de outubro, o diretor-geral do Shakhtar Donetsk, Sergei Palkin, pediu à FIFA para substituir o Irão pela Ucrânia no Mundial2022 de futebol, como forma de penalizar o país asiático pelo apoio prestado à invasão da Rússia, através do fornecimento de drones.
“Enquanto os dirigentes iranianos se divertirão a assistir aos jogos da sua seleção nacional no Campeonato do Mundo, os ucranianos estarão a ser mortos por drones e mísseis iranianos”, observou Sergei Palkin, em comunicado publicado nas redes sociais.
A FIFA não comentou estas propostas e, normalmente, não suspende federações-membro por decisões militares de um governo nacional.
A União Europeia já aprovou sanções contra pessoas e entidades iranianas pelo fornecimento de drones ‘kamikaze’ à Rússia, utilizados em ataques contra civis na Ucrânia, o que tem sido negado de forma veemente pelo Irão.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.306 civis mortos e 9.602 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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