O ministro do Desporto russo, Vitali Mutkó, afirmou hoje que os clubes poderão ser impossibilitados de contratar futebolistas turcos durante o período de transferências de janeiro, devido às sanções impostas pelo Kremlin.

“Se alguém tem a intenção de contratar algum desportista turco durante o mercado de inverno, estou seguro de que não terá essa possibilidade. Não quero adiantar cenários, mas acho que o sinal é claro”, afirmou Mutkó em declarações aos jornalistas locais.

No último sábado, a Rússia impôs sanções económicas à Turquia na sequência do abate de um avião da força aérea russa na fronteira com a Síria.

“Neste momento, aconselho os clubes a descartarem a aquisição de desportistas turcos”, reforçou o ministro.

Questionado sobre Gokdeniz Karadeniz, médio que atua no Rubin Kazan, o governante russo considerou que o internacional turco é uma “excelente pessoa” e um “exemplo”.

“No fundo, Karadeniz já é um rapaz russo. Se todos os turcos fossem como ele, seria muito bom”, referiu.

Mutkó negou ainda que as empresas turcas contratadas para trabalhar na construção dos estádios para o Campeonato do Mundo de 2018 sejam afetadas pelas recentes medidas do governo russo.

As sanções visam “garantir a segurança nacional e a dos cidadãos russos” e incluem a proibição de voos ‘charter' entre os dois países e de empresários russos contratarem cidadãos turcos, bem como restrições na emissão de vistos, de acordo com o texto do decreto divulgado pelo Kremlin.

Também será proibida ou limitada a entrada na Rússia de determinadas mercadorias provenientes da Turquia, de acordo uma lista que será elaborada pelo Governo.

No dia 24 de novembro, dois caças-bombardeiros F-16 abateram um SU-24 russo por este ter violado o espaço aéreo turco dez vezes num período de cinco minutos, ao longo da fronteira com a Síria, ignorando todas as advertências, segundo Ancara.

Versão diferente apresentou Vladimir Putin, que assegurou que o SU-24 não ameaçava a Turquia e que sobrevoava território sírio, a quatro quilómetros da fronteira, advertindo que aquilo a que chamou de “facada nas costas” iria ter “consequências sérias” nas relações diplomáticas entre os dois países.