O Chelsea atravessa um momento conturbado, devido as sanções aplicadas pelo Reino Unido a Roman Abramovich, dono do clube que é muito próximo de Putin. O emblema londrino ficou sem acesso a verbas e está a contar tostões para fazer face ás despesas do dia-a-dia.

De acordo com o jornal 'The Sun', o clube vai pedir uma licença especial ao governo britânico para que possa ser vendido, caso contrário, poderá ir à falência em apenas 17 dias. Diz o 'The Sun' que o Chelsea tem dinheiro para se aguentar até o dia 26 de março.

Na aplicação de sanções por parte do governo britânico a Roman Abramovich, magnata russo dono do clube londrino, foi emitida uma licença especial que permite ao Chelsea gastar apenas 500 mil libras (cerca de 595 mil euros) para organizar jogos em sua casa e 20 mil libras (aproximadamente 23,8 mil euros) para as partidas que tiver de disputar fora de portas.

Devido as sanções aplicadas pelo governo britânico, o Chelsea ficou impedido de vender bilhetes para os seus jogos, negociar jogadores e vender produtos de merchandising. Apenas os adeptos já portadores de bilhetes de época poderão assistir aos jogos do clube. O processo da venda do Chelsea foi suspenso por causa das sanções impostas a Roman Abramovich.

A ministra da Cultura, Nadine Dorries, disse que o clube ainda poderá jogar partidas e pagar aos funcionários, mas admitiu que as sanções "têm um impacto direto no Chelsea e nos adeptos”.

"Temos trabalhado arduamente para garantir que o clube e o desporto nacional não sejam desnecessariamente prejudicados por estas importantes sanções. Para garantir que o clube possa continuar a competir e operar, vamos emitir uma licença especial que permitirá que os jogos sejam cumpridos, os funcionários sejam pagos e os titulares de bilhetes assistam aos jogos enquanto, crucialmente, Abramovich é privado de beneficiar da propriedade do clube”, anunciou na rede social Twitter.

Abramovich tinha anunciado no início do mês que iria vender o clube campeão da Europa e do mundo de futebol, “devido à atual situação”, em que a Rússia invadiu a Ucrânia, prometendo reverter os lucros para as vítimas do conflito.

Dorries admitiu que esta situação cria "alguma incerteza, mas o Governo trabalhará com a Liga e os clubes para permitir que o futebol continue a ser jogado, garantindo que as sanções atinjam os pretendidos”.

O governo britânico anunciou na quinta-feira novas sanções contra sete oligarcas russos, incluindo o dono do Chelsea, Roman Abramovich, e o antigo sócio, Oleg Deripaska, com o congelamento de bens e proibição de viagens. Roman Abramovich, de 55 anos, tem participações na metalúrgica Evraz, na Norilsk Nickel e é dono do Chelsea FC desde 2003.

“É um dos poucos oligarcas da década de 1990 a manter a proeminência sob [o presidente russo, Vladimir] Putin”, vincou o Governo britânico.

O visto de investidor no Reino Unido do russo expirou em 2018, ano em que obteve a nacionalidade israelita.

Em 2021 Abramovich tornou-se cidadão português através da lei que beneficia os descendentes de judeus sefarditas expulsos no final do século XV, mas deixou de ter um visto de investidor no Reino Unido.

Uma porta-voz do empresário negou anteriormente qualquer relação próxima do empresário com Vladimir Putin.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de 2,1 milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.