A Federação Inglesa de Futebol (FA) poderá alterar os regulamentos de forma a punir os treinadores que interfiram no trabalho das equipas médicas, na sequência da polémica entre o treinador José Mourinho e a antiga médica do Chelsea.

“Talvez tenhamos de pensar em medidas disciplinares em caso de interferências da equipa técnica no trabalho do árbitro e da equipa médica”, afirmou Heather Rabbatts, membro da FA.

Rabbats, que integra o comité executivo do órgão federativo, considerou que “a salvaguarda dos jogadores é uma questão vital” e defendeu que incidentes como os que envolveram Mourinho e a médica Eva Carneiro “não devem voltar a acontecer”.

Heather Rabbats, que já tinha defendido publicamente a médica, falava num congresso sobre Desporto que, curiosamente, decorre em Stamford Bridge, o estádio do Chelsea.

Eva Carneiro foi afastada da equipa médica do Chelsea pelo treinador português José Mourinho a 12 de agosto, poucos dias depois de ter entrado em campo para assistir Hazard já em tempo de descontos do encontro entre os ‘Blues’ e o Swansea, que estava empatado a dois golos.

O jogador belga acabou por sair de campo para ser assistido, deixando o Chelsea reduzido a nove jogadores, pois tudo aconteceu numa altura em que o guarda-redes Thibaut Courtois já tinha sido expulso.

José Mourinho considerou que Eva Carneiro, que ingressou na equipa médica do clube em 2009, teve um comportamento “impulsivo” e referiu que a equipa médica só deve entrar em campo quando tem a certeza de que o jogador tem um problema sério.

Entretanto, Eva Carneiro acabou por deixar o Chelsea, admitindo a possibilidade de agir judicialmente contra o clube inglês de futebol.