O Instagram anunciou novas medidas para lidar com os insultos nas redes sociais, após uma onda de "horríveis" ataques racistas contra jogadores da Premier League.
Vários jogadores de primeiro plano da Liga Inglesa, incluindo o trio do Manchester United, Anthony Martial, Marcus Rashford e Axel Tuanzebe, bem como o lateral do Chelsea, Reece James, foram alvos de insultos racistas das redes sociais nas últimas semanas.
O Instagram garantiu que irá remover as contas usadas para enviar as mensagens de ódio.
Fadzai Madzingira, gerente de política de conteúdo do Facebook, a empresa detentora do Instagram, disse à agência de notícias britânica 'Press Association' que ficou "horrorizada" com a violência dirigida aos jogadores de futebol.
"Definimos uma proibição específica a que chamamos de bloqueio por um determinado período de tempo quando alguém violar essas regras e prorrogaremos esse tempo caso essa pessoa continue a fazê-lo", começou por explicar.
"O que estamos a anunciar hoje é que estamos a tomar medidas mais duras para com as pessoas que violam essas regras em mensagens diretas do Instagram, pelo que em vez de apenas estender o tempo de bloqueio, iremos remover as contas completamente. Isso permite-nos garantir que tenhamos uma tolerância menor para com esse tipo de abusos nas mensagens diretas e iremos encerrar essas contas mais rápido nas mensagens diretas do Instagram do que em qualquer outro lugar da plataforma", sublinhou.
Os insultos não se restringiram a mensagens privadas, com vários jogadores a ver emojis de macacos e termos racistas proferidos pelos utilizadores nas caixas de comentários das suas publicações.
Várias dessas contas parecem estar focadas no envio de mensagens com insultos, algo que o Instagram está a trabalhar, garante Madzingira. Uma das hipóteses é criar filtros de comentários que podem bloquear a exibição de certas palavras, frases e emojis.
"Acho que há algo de errado no mundo em que vivemos quando alguém vai, desde atirar uma casca de banana à um jogador em campo, até acordar repentinamente e abrir as suas contas nas redes sociais e usar [esse tipo de insultos] online. O que estamos a tentar abordar é o aspecto online, mas há definitivamente um debate mais amplo que precisamos de ter sobre como é o racismo no desporto e como podemos impedir esse tipo de comportamento", atirou.
Combate ao discurso de ódio
O Instagram garantiu que tomou medidas contra 6,5 milhões de peças com discurso de ódio, incluindo mensagens diretas, entre julho e setembro de 2020, com 95 por cento das mensagens encontrados antes que alguém as tivesse relatado.
A plataforma de 'social media' sublinhou o seu compromisso de trabalhar com a justiça britânica sobre esse tipo de abusos, prometendo responder a pedidos legais válidas de informações que possam ser solicitadas sobre abusos nas redes sociais.
Impedir que as pessoas se escondam atrás de contas anónimas tem sido repetidamente mencionado nos círculos do futebol como uma forma de responsabilizar as pessoas pelos comentários que fazem.
Mas Madzingira disse haver "muitas dificuldades em termos de acesso", dando o exemplo de países onde os documentos de identificação não estão disponíveis.
A Federação Inglesa de Futebol pediu uma ação do governo britânico para resolver o problema.
Em dezembro de 2020, os ministros anunciaram uma proposta de legislação para lidar com os "insultos online", incluindo a ameaça de multas pesadas para os gigantes da internet.
"Como empresa, temos estado muito abertos, queremos ter essas conversas com os governos. Queremos falar sobre regulamentação", disse Madzingira.
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