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O treinador português do Chelsea promete ser "homem do terreno" enquanto embaixador contra a fome.
O treinador de futebol português José Mourinho prometeu hoje que será um "homem do terreno", ao ser apresentado hoje em Londres como embaixador contra a Fome do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.
"Vou imediatamente onde estão os problemas e onde estiverem as crianças. Sou um homem do terreno e não do escritório, estou habituado a treinar jogadores no campo", garantiu hoje numa conferência de imprensa.
Embora se tenha disponibilizado a visitar países com situação difícil e ter já uma viagem marcada para junho, a organização entende que o português deve seguir um processo gradual.
"Os meus planos dependem deles. Tenho compromissos profissionais, mas nas férias tenho tempo livre e os meu plano é ir imediatamente a África. Não quero ir a sítios fáceis. Mas já me disseram que não irei a um lugar demasiado difícil, por isso será algo gradual", adiantou.
O atual técnico do clube londrino Chelsea junta-se a um grupo de celebridades e desportistas que usam a sua proeminência e influência para promover o trabalho do PAM no objetivo de erradicar a fome em todo o mundo, como o futebolista brasileiro Kaka, a atriz Drew Barrymore ou a cantora Christina Aguilera.
Ao mesmo tempo, a esposa de Matilde, foi nomeada Embaixadora Especial para a alimentação escolar e deverá estrear-se nas funções nas próximas semanas, quando visitar alguns dos locais onde o PAM opera na África subsaariana, nomeadamente Angola.
Mourinho confessou que aceitou este cargo após pressão da mulher para fazer algo do futebol, mas reconheceu que o principal trunfo será a influência social que possuí devido à popularidade mundial que o desporto rei tem.
"O futebol parece muito importante, mas nós não somos ninguém comparados com muitas pessoas a fazerem este trabalho que os vossos colaboradores fazem", disse ao vice-diretor executivo do PAM, Amir Abdulla.
"Tenho grande paixão pelo futebol, mas tenho por tudo o que faço e se não a sinto, não a faço. Sinto não só orgulho, mas paixão por este título", vincou o português, que não quis revelar outras ações de filantropia que faz, nomeadamente em Portugal e na cidade de onde é natural, Setúbal.
"São coisas pequenas que fazemos com o nosso dinheiro. Não quero usar este título para me autopromover", justificou.
O PAM, estima que a má nutrição é responsável por metade de quase metade das mortalidade infantil abaixo dos cinco anos. Ao todo, 842 milhões de pessoas não tem o suficiente para comer.
Amir Abdulla adiantou que o PAM ajuda 40 mais de 90 milhões de pessoas em mais de 80 países, muitas em situações de crise, como os seis milhões de sírios afetados pela guerra civil no país.
"Estamos a gastar 40 milhões de dólares (29 milhões de euros) por semana. Parece caro, mas é quase o preço de um café para alimentar cada pessoa", enfatizou.
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