Em declarações à agência Lusa, Abrantes Mendes dá razão às críticas de Costinha sobre a forma como o Sporting é gerido: «Independentemente de se gostar ou não do senhor Costinha, ele tem razão em muita coisa que diz, nomeadamente de aquilo ser um clube sem rei nem roque e de ter uma política que tem afastado completamente os sócios do clube, nomeadamente da equipa de futebol».

Para o ex-candidato, «há toda uma política desde há muitos anos no Sporting balizada em novas concepções de engenheiros financeiros geniais que conduziram o clube à situação em que se encontra».

«Querem fazer do clube uma mera empresa», acusou.

Quanto à venda ao Corinthians do avançado Liedson, Abrantes Mendes disse desconhecer «todo o circunstancialismo que rodeou» o negócio.

«A gente não sabe quais as razões que estiveram na base dessa venda. Não sei se o Liedson queria sair, se estava contra toda a situação vivida no clube, se não sentia motivação, se tinha ou não ordenados em atraso. Tudo isso a gente não sabe», ressalvou.

Para Abrantes Mendes, Costinha «está farto» e, por isso, «só lhe resta um caminho neste momento, perante este tipo de entrevista. É a saída de cena».

«O que vai acontecer é que o Costinha e o clube vão chegar a um acordo para o Costinha sair e vão dizer todos bem uns dos outros», afirmou.

O antigo candidato considera que o director desportivo não tem, «enquanto empregado do clube, direito de vir a por a nu, mal ou bem, as directrizes que o clube tem assumido em relação aos vários assuntos da vida interna».

Numa entrevista à Sport TV, Costinha demarcou-se com clareza da saída de Liedson para o Corinthians, que considerou «ruinosa».

Costinha criticou também que não tenha sido contratado nenhum avançado para suprir a sua falta e de apenas ter tido conhecimento da operação na sua «parte final».

Entre outras afirmações, o director desportivo disse ainda que o director-geral da SAD, José Couceiro, veio resolver o mesmo que ele, «ou seja nada», e que «o Sporting não tem condições» para lutar pelo título de futebol.