O dérbi lisboeta de domingo, no Estádio da Luz, pode reforçar as "asas" do Benfica em direção a um título que lhe escapa há três anos ou baralhar um pouco mais as contas da I Liga de futebol.
Se o Benfica ganhar, fica com pelo menos quatro pontos de avanço na prova, e somente uma deslocação de dificuldade máxima por fazer, contra o FC Porto, na última jornada. Ainda não pode falar de "faixas encomendadas", mas dá um passo importante na direção da reconquista.
As outras hipóteses de resultado - empate ou triunfo dos "leões" - relançam a luta no topo da classificação, que poderá voltar a ter os três “grandes” separados por dois pontos, a 12 jornadas do fim. O FC Porto, que joga no mesmo dia, tem um compromisso "para ganhar", na receção ao Paços de Ferreira.
A grande novidade, face aos últimos anos, é mesmo o facto de o Sporting chegar ao jogo da segunda volta contra o seu "eterno rival" em condições concretas de luta pelo título. Com a melhor diferença de golos na prova, o Sporting de hoje nada tem a ver com o "fantasma" que era no ano passado e discute o resultado com qualquer um.
Isso bem se viu na primeira volta, com a receção ao Benfica (1-1), e mais claramente na quarta eliminatória da Taça de Portugal, na Luz, que obrigou a prolongamento (derrota por 4-3), nunca se dando por derrotado nos 120 minutos de jogo.
O Sporting tem agora o estímulo de, em caso de vitória, regressar ao comando isolado, o que já não acontece desde a 13.ª jornada. Tal quadro poderá fazer esquecer um historial recente nada favorável para os "leões", que nos últimos cinco anos somaram derrotas na Luz, estádio onde não ganham há oito anos para o campeonato.
É preciso recuar ao ano de estreia de Paulo Bento, 2005/2006, para se encontrar uma vitória do Sporting, então por 3-1, em jogo de que resta apenas um "sobrevivente" nos “onzes” das duas equipas - trata-se de Luisão, o carismático central do Benfica.
O "capitão" foi dos poucos titulares utilizado esta quarta-feira em Penafiel, na vitória (1-0) que carimbou o acesso às meias-finais da Taça de Portugal. A maioria foi claramente "poupada" por Jorge Jesus, que obviamente teve em conta que o Sporting não teve de jogar a meio da semana.
Mesmo depois de dois jogos em terrenos "pesados", como foi o caso dos confrontos com Gil Vicente e Penafiel, o Benfica não deve estar muito desgastado e apenas tem duas "baixas" confirmadas de algum peso, os lesionados Salvio e André Almeida.
Face ao jogo da primeira mão e ao embate da Taça de Portugal, a grande mudança, do lado dos "encarnados", é a saída do centro-campista sérvio Nemanja Matic, que deixou a Luz na "janela" de transferências de janeiro, para o Chelsea. Fejsa, chamada ao lugar, terá aqui a sua grande "prova de fogo".
Leonardo Jardim também tem algumas "dores de cabeça" para formar a equipa, isto face às ausências do lateral esquerdo Jefferson e do médio William Carvalho, o primeiro lesionado e o segundo castigado.
Em contrapartida, tem uma nova "carta no baralho", a que pode recorrer para chegar ao triunfo na Luz. Trata-se do cabo-verdiano Heldon, que foi buscar ao Marítimo, em janeiro. Pode ser uma preciosa alternativa no ataque, face à "série negra" do colombiano Freddy Montero, que não marca desde a 12.ª jornada.
O antigo número 10 do emblema do Funchal, que é o terceiro goleador da I Liga, com nove golos, deu muito que fazer a Oblak, no recente Benfica-Marítimo, confirmando todas as qualidades que se lhe reconhece, nomeadamente no contragolpe.
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