O Benfica saiu de Arouca com três importantes pontos na luta pelo campeonato, ao vencer a equipa da Serra da Freita por 0-2. Após o inesperado tropeção do Sporting, os encarnados fizeram o essencial para conseguir o mais importante.

Mesmo sem deslumbrar (longe disso), os homens de Bruno Lage souberam controlar a partida, não dar grandes oportunidades ao Arouca e, acima de tudo, aproveitar os erros do adversário para conquistar a quarta vitória consecutiva em todas as competições.

Agora são cinco os pontos que separam as águias do grande rival, uma diferença que, caso o Benfica cumpra na Madeira, poderá ser ainda menor aquando eterno dérbi de Lisboa.

O jogo: No aproveitar é que está o ganho

Apesar de um intenso jogo a meio da semana, Bruno Lage resolveu repetir em Arouca o onze que começou a partida de quarta-feira no Mónaco. Do lado do Arouca, Vasco Seabra, a ver o jogo da bancada, fez quatro mudanças, fazendo entrar Chico Lamba, Danté, Loum e Sylla para os lugares de Popovic, Quaresma, Fukui e Pedro Santos.

Os primeiros minutos pareciam prometer um jogo animado, com uma oportunidade para cada uma das equipas. De facto o golo acabou por surgir, mas através de um sempre 'anti-climático' auto-golo; 12 minutos e um cruzamento de Akturkoglu para dentro da área levou Fontán a tentar o corte, levando o central espanhol a colocar a bola dentro da própria baliza.

O mais difícil parecia estar feito para os homens de encarnado, mas quem pensava que este seria o início de mais uma cavalgada ofensiva das águias, acabou por se desiludir. Apesar de estar em desvantagem, o Arouca procurou tomar conta das operações; contudo esse aparente controlo acabava sempre por esbarrar no bloco encarnado, aparentemente confortável a jogar na expetativa.

Até ao intervalo os lances de perigo escassearam. Apenas Jason e Di María tentaram dar um pontapé na monotonia, vendo as suas pretensões negadas, ora pelo poste da baliza de Trubin, ora pelo voo de Nico Mantl.

Na segunda parte o disco tinha virado mas a música ainda era a mesma. Arouca com mais bola, mais agressivo, mas com clara inoperância ofensiva; os lobos acercavam-se mas pecavam na altura de definir, deixando a ideia do golo do empate nesse mesmo estado: apenas uma ideia.

Apesar disso, Bruno Lage não estava nada satisfeito com o que via e não queria correr o risco de ver essa ideia materializar-se. Assim, o técnico fez entrar Beste e Barreiro para os lugares de Akturkoglu e Kokçu e os encarnados recuperaram novamente o controlo das operações.

Não dispostos a apostar na sorte, o Benfica criou um conjunto de boas oportunidades na segunda metade da etapa complementar, acabando mesmo por chegar ao golo a cerca de vinte minutos do fim. Depois de uma exibição imaculada, Nico Mantl borrou a pintura ao derrubar Leandro Barreiro dentro da área; grande penalidade que Di María transformou no 0-2 final.

Não foi preciso deslumbrar nem atropelar para alcançar a tão importante vitória. No campeonato português, a verdade é que nem sempre é preciso elevada nota artística para se bater a maioria dos adversários.

Em Arouca o Benfica soube gerir bem o seu esforço e o resultado, conseguindo no final aquilo que tanto procurava.

O momento: O ponto final

Depois de uma entrada um tanto amorfa na segunda parte, o Benfica parecia ter reconquistado o comando da partida, muito graças às mudanças vindas do banco. E foi aí que as águias conseguiram carimbar em definitivo a vitória; após um primeiro remate de Di María, o recém-entrado Leandro Barreiro é derrubado por Nico Mantl dentro da área.

Grande penalidade assinalada por Luís Godinho, e posteriormente convertida por Di María, naquele que foi o golo que confirmou o triunfo do clube da Luz.

O melhor: Tomás, o construtor

Tomás Araújo já poderá ser considerado nesta altura um indiscutível no onze do Benfica. Jogo após jogo o central vem demonstrando toda a sua qualidade, e a partida de Arouca foi apenas mais um exemplo disso mesmo.

Imperial a defender, dando pouco ou nenhum espaço aos avançados arouquenses, foi o internacional português quem mexeu com o jogo nos primeiros minutos da segunda parte, numa altura em que a sua equipa parecia ter entrado num estado de letargia.

O jovem central foi muitas vezes quem empurrou os encarnados para o ataque, muito através de iniciativas individuais para tentar criar desiquilíbrios, mostrando que não só destrói, como também tem a sua veia de construtor.

O pior: Esforçado mas desinspirado

Alfonso Trezza foi o escolhido por Vasco Seabra para ser a referência ofensiva do Arouca. Contudo, cedo se percebeu que aqueles não eram os terrenos que o extremo costuma pisar.

Apesar de sempre abnegado e pressionante, o uruguaio não conseguiu fazer frente à defesa encarnada, acabando quase sempre por ser desarmado; a única exceção ocorreu precisamente quando foi lançado em velocidade, algo onde se sente mais à vontade, tendo falhado o chapéu a Trubin nos primeiros minutos de jogo.

O que disseram os treinadores

Cláudio Botelho, adjunto do Arouca

Bruno Lage, treinador do Benfica

O resumo