O Benfica goleou este domingo o Vizela por 6-1, em jogo relativo à 22ª jornada da Primeira Liga. Os golos de Neres, por duas vezes, Otamendi, Rafa e Marcos Leonardo, deram um triunfo robusto e tranquilo aos encarnados, que assim isolam-se, ainda que momentaneamente, na liderança da Primeira Liga.

Já o Vizela, e depois de um primeiro quarto de hora competente, deitou tudo a perder após o primeiro golo, mostrando fragilidades mentais que ajudam a explicar, até certo ponto, o último lugar no campeonato.

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O jogo: Um bom anfitrião não rejeita prendas

Depois de um triunfo em nada convincente diante do Toulouse, Roger Schmidt resolveu fazer cinco alterações no onze inicial, em comparação com o que começou a partida de quinta-feira. Aursnes (falhou a titularidade 70 jogos depois), António Silva, Kokçu, Di María e Arthur Cabral, deram os seus lugares a Bah, Tomás Araújo, Tiago Gouveia, David Neres e Tengstedt. Já do lado do Vizela, o treinador Rúben De La Barrera foi forçado a trocar os castigados Samu e Petrov por Lebedenko e Awudu.

A partida começou tal como se esperava, com o Benfica com mais bola, perante um Vizela mais retraído. O que não se esperava era a aparente teimosia vizelense em tentar sair a jogar desde a sua grande área, isto perante a pressão imediata do Benfica. O resultado? muitas bolas perdidas e total incapacidade dos forasteiros em saírem do seu meio-campo.

Mas engane-se quem pensa que tal era sinónimo de sufoco dos encarnados. Apesar de ter a bola e o domínio territorial, o Benfica mostrava uma total incapacidade de criar oportunidades de perigo durante o primeiro quarto de hora.

Contudo, e como boa anfitriã, a águia não rejeitou a prenda que os seus convidados lhe deram pouco depois; Ruberto e a equipa vizelense não jogaram com o baralho todo, voltaram a inventar, e permitiram a David Neres inaugurar o marcador, fazendo cair o castelo de cartas dos visitantes.

A perder e com a corda na garganta, o Vizela não foi capaz de reagir, baixando por completo os braços, como se o 1-0 fosse sentença definitiva, e estendeu a passadeira para a goleada benfiquista. Aos 25 minutos Buntic substituiu o lesionado Ruberto na baliza dos minhotos, mas foi incapaz de travar o cabeceamento de Otamendi após canto na esquerda.

Mais cinco minutos e Rafa, o principal desequilibrador na primeira parte, lançou Tengstedt que isolado atirou ao poste, mas de pronto surgiu Tiago Gouveia na recarga a fazer o 3-0, dissipando assim as ténues dúvidas que poderiam haver sobre o vencedor do jogo.

O encontro estava resolvido e o Benfica estava confortável no jogo. Todavia, o desnorte e permeabilidade vizelense era de tal forma que quase que 'obrigaram' os encarnados a aumentar o marcador; de tal forma que os quatro minutos de descontos deram mais que tempo para as águias faturarem por mais duas vezes.

Aos 46 David Neres, lançado por Rafa na esquerda, rematou forte para o 4-0, e três minutos volvidos, Rafa fez o que quis da defesa do Vizela, isolou-se e bateu o desamparado Buntic para o 5-0.

Na segunda parte, assistiu-se a um natural relaxamento por parte da equipa da casa, de tal forma que Trubin, um mero espetador ao longo dos primeiros 45 minutos, acabou por oferecer o golo a Essende logo aos três minutos. Os minhotos surgiram na segunda parte mais desinibidos e, acima de tudo, concentrados, aproveitando a descompressão encarnada para chegar mais vezes junto da área adversária.

Numa dessas incursões, o Vizela esteve perto de marcar o segundo; 71 minutos e Morato a rasteirar Tomás Silva dentro da área, um penalty que acabou por ser travado graças a uma bela defesa de Trubin, que assim se redimiu da gafe anterior.

Até final o Benfica controlou o jogo sem grande esforço, algo que levou a alguns assobios por parte dos mais de 50 mil que encheram as bancadas da Luz. Contudo, o jogo não terminaria sem que Marcos Leonardo marcasse o seu golo habitual; 88 minutos e Neres a isolar-se pela direita e a servir o reforço de inverno encarnado que fez facilmente o 6-1 final.

O momento: O início do fim

O primeiro quarto de hora acabava de se esgotar e o Benfica não mostrava capacidade para ameaçar a baliza do Vizela. Perante essa incapacidade, os minhotos acabaram por dar 'uma ajuda', à passagem dos 16 minutos; primeiro Ruberto quase que permitia o golo a Rafa, mas logo a seguir não foi capaz de emendar a mão, permitindo aos encarnados recuperar a bola de imediato. Com a baliza desguarnecida e a defesa adversária em contrapé, as águias inauguraram o marcador por David Neres e deram início à goleada.

O melhor: David foi Golias

Desde o passado mês de outubro que David Neres não era titular no Benfica, muito devido à grave lesão que o afastou dos relvados por várias semanas. Contudo, o extremo brasileiro soube aproveitar da melhor maneira a oportunidade dada por Roger Schmidt, apontando dois golos e duas assistências. O '7' das águias está claramente a pedir mais tempo de jogo ao treinador, veremos se ele o ouve.

O pior: O transalpino perdeu o tino

Ruberto foi o escolhido por De La Barrera para ser o guarda-redes do Vizela para este desafio. Contudo, o italiano não fez jus a essa função, e, perante a incapacidade dos vizelenses saírem a jogar desde a sua zona mais recuada, acabou por borrar a pintura à passagem dos 16 minutos, permitindo ao Benfica adiantar-se no marcador, dando início à hecatombe dos forasteiros. Ruberto acabaria por sair lesionado pouco depois, mas já tinha deixado uma marca indelével na partida.

O que disseram os treinadores

Roger Schmidt, treinador do Benfica

Rubén de la Barrera, treinador do Vizela

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