Os 5-1 do Benfica ao Club Brugge na noite de terça-feira permitiu ao emblema da Luz chegar aos 72,5 ME ganhos nesta edição da Champions, o que constitui um recorde do clube.
Numa noite de gala na Luz, os Encarnados alcançaram um inédito 7-1 na história lusa na Champions e chegaram aos 104 golos marcados esta época.
A formação Encarnada está pela sexta vez nos quartos-de-final na era Champions, repetindo 1994/95, 2005/06, 2011/12, 2015/16 e 2021/22.
Com a goleada aos belgas, o Benfica somou o 13.º jogo seguido sem perder, batendo assim o que o FC Porto tinha conseguido entre 2003/04, rumo à vitória na ‘Champions’, sob o comando de José Mourinho, e 2004/05.
FOTOS: As melhores imagens do Benfica-Club Brugge
O Jogo: Benfica fez o que quis
O único momento em que o Club Brugge esteve em condições de discutir a eliminatória diante do Benfica foi quando a bola rolou na Bélgica no primeiro minuto e o marcador apontava 0-0. Tirando alguns momentos na 1.ª mão, raramente a equipa belga mostrou futebol para contrariar o poderio do Benfica nos dois jogos.
Na noite de terça-feira, foram cinco golos mas podiam ter sido mais. Os 7-1 no conjunto dos dois jogos explicam-se pelo caótico momento do clube Brugge, que não melhorou com a chegada de Scott Parker. A equipa está longe do que mostrou nas primeiras quatro rondas da fase de grupos da Champions, quando garantiu o apuramento antecipado, depois de vencer o Atlético Madrid e golear o FC Porto no Dragão.
Neste momento o Club Brugge é uma equipa sem crença, sem ideias, que vive da qualidade individual, quando ela aparece. E teve o azar de apanhar o melhor Benfica dos últimos anos.
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A equipa de Roger Schmidt explora muito bem o jogo interior, com os médios João Mário, Rafa e Aursnes a deambularem constantemente das suas posições para receber entrelihas e acelerar; de um Gonçalo Ramos que, além de matador sai da área para arrastar marcações ou então assistir os colegas. E de dois laterais muito ofensivos, que aproveitam muito bem os espaços lateral/central para causar estragos.
E quando o Benfica apanha uma equipa destroçada animicamente, a sua tarefa fica mais fácil. O fantástico golo de calcanhar, anulado a João Mário logo aos dois minutos, era o prenúncio de uma noite de futebol-champanhe, a fazer jus a uns oitavos de final da Champions.
Os mais de 60 mil que se deslocaram à Luz, apesar da noite chuvosa, não deram o seu tempo e dinheiro mal empregues. O Benfica fez cinco golos, a maior parte deles de belo efeito e produziu uma exibição de alto quilate.
O 2-0 ao intervalo, golos de Rafa aos 38 e Gonçalo Ramos aos 45+2 até eram curtos para o que os líderes da I Liga tinham produzido.
Depois vieram mais três, de Gonçalo Ramos (bisou), João Mário (grande penalidade) e David Neres (saltou do banco para voltar a marcar na Champions) para dar expressão a um domínio sem contestação. E nem o golaço de Meijer aos 88 salvou a honra do Club Brugge, que mesmo assim fez a sua melhor campanha de sempre na Champions. Scott Parker não deverá durar muito tempo.
Segunda maior vitória de sempre do Benfica no formato atual da Champions (a melhor tinbha sido os 6-1 ao Maccabi Haifa na fase de grupos desta época); melhor registo de sempre na prova no formato atual (seis vitórias).
Além de marcar presença pela 6.ª vez nos quartos de final da Champions (formato atual), o Benfica chegou aos 13 jogos sem perder, batendo assim o recorde do FC Porto. A invencibilidade de um clube português na prova milionária fica assim fixada em 13 partidas.
Momento-chave: Tiro do pistoleiro desfez as dúvidas
Se dúvidas havia quanto ao vencedor do jogo, as mesmas ficaram desfeitas quando, aos 45+2 minutos, João Mário descobriu Aursnes entrelinhas, o médio serviu Gonçalo Ramos na área para um slalom antes de rematar forte para o 2-0. A vitória era certa, falta saber por que números.
Os melhores: Gonçalo Ramos e Rafa destruíram a defesa belga
Além dos dois golos que marcou, Gonçalo Ramos serviu Rafa no 1-0 e tornou-se no primeiro jogador do Benfica fazer dois golos num jogo na fase a eliminar da Liga dos Campeões (atual formato) e também no português mais novo de sempre (21 anos e 260 dias) a marcar por duas vezes no mesmo jogo na fase a eliminar da prova. O avançado continua de pé quente e já leva 23 golos esta temporada.
Rafa mostrou classe na forma como fez o 1-0, partiu a defesa belga com as suas arrancadas e levou sempre perigo à baliza de Mignolet. Leva agora quatro golos nos últmos quatro jogos na Liga dos Campeões.
Foi eleito Melhor em Campo pela UEFA que, no seu site oficial, escreveu o seguinte sobre o extremo/avançado: "Só marcou um golo, mas foi o golo que abriu o placar. Foi extremamente eficaz na condução dos ataques do Benfica, controlando na perfeição o ritmo dos lances e mostrando um grande entendimento nas combinações com os colegas."
Os Piores: Club Brugge sem nível para oitavos de Champions
Na hora de analisar o jogo, Scott Parker disse que tinha sido uma "derrota humilhante e um resultado decepcionante". Faltou a equipa capacidade para sair da pressão do Benfica e não tentar tanto jogo direto para Yaremchuk, perdido entre os centrais do Benfica.
As constantes perdas de bola na saída, ainda no seu meio-campo retiraram a equipa confiança para jogar apoiado como já mostrou nesta Champions. E aproveitou o Benfica para fazer estragos numa defesa que, apesar de ter cinco homens, não conseguiu travar a mobilidade do ataque Encarnado.
Longe da equipa que encantou na fase de grupos, o Club Brugge nunca mostrou nível para uns oitavos de uma Champions. Em termos mentais a equipa está destruída, como mostram os escassos dois nos 14 jogos que fez depois do Mundial2022.
Reações: Scott Parker desiludido, Schmidt era só felicidade
Scott Parker: "O resultado que é uma desilusão para nós"
Roger Schmidt: "Vamos tentar o nosso melhor para chegar às meias-finais"
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