Um golo de Hernâni já nos descontos do segundo tempo permitiu ao FC Porto vencer este domingo na visita ao Boavista, por 1-0, e assegurar a liderança isolada da I Liga após a 11.ª jornada. Uma vitória sofrida num jogo nem sempre bem jogado. Houve poucas jogadas de qualidade e muitas faltas, algumas bastante duras.
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O jogo: Partida durinha, sem grandes jogadas de qualidade e com um herói improvável
O encontro, como já foi referido, nem sempre foi bem jogado. O FC Porto foi superior, a vitória é justa, mas sofrida e perante uma equipa que deu uma boa resposta.
O Boavista foi, como disse Jorge Simão na conferência de imprensa após o encontro, um osso duro de roer. Os axadrezados bateram o pé ao FC Porto na primeira parte. Os boavisteiros apostaram forte sobretudo num futebol musculado, com marcações apertadas e intensidade máxima nos duelos físicos. Foram 45 minutos marcados por um combate cerrado pela bola e por cada centímetro do relvado.
A agressividade do Boavista trouxe consigo alguns lances mais duros e protestos do FC Porto contra o árbitro Hugo Miguel e o adversário. Aos 23 minutos, e na sequência de uma entrada dura sobre Jesus Corona, Sérgio Conceição e Jorge Simão trocaram algumas palavras de desagrado, tendo mesmo Luís Gonçalves, diretor desportivo dos campeões nacionais, sido expulso por Hugo Miguel.
Antes do início do segundo tempo, destaque para um comportamento desnecessário e também ele deplorável. Do setor destinado aos adeptos do FC Porto voaram objetos para a zona onde estava guarda-redes do Boavista Helton Leite. Hugo Miguel retardou o reatamento da partida para que todos estes objetos fossem retirados do relvado. Herrera e Brahimi foram junto da bancada dos adeptos portistas pedir calma, de forma a que o árbitro pudesse recomeçar o encontro.
Depois de uma primeira parte sem grandes lances de registo e na qual até houve mais Boavista perante um FC Porto sem grandes ideias ofensivas, eis que o segundo tempo traz uma equipa azul e branca completamente transfigurada. Os 'dragões' dominaram, pressionaram, criaram lances de perigo e de golo e até tiveram tempo de falhar claras oportunidades de golo - que o diga Tiquinho Soares que isolado perante Helton Leite conseguiu atirar ao lado. Aos 48 minutos, por Marega, aos 53, por Herrera, e aos 60, por Felipe, o FC Porto podia ter marcado, mas a falta de pontaria não ajudou.
O jogo foi continuando nesta toada mais intensa e o Boavista já não apresentava a mesma coesão defensiva da primeira parte, começando a ter dificuldades ante os sucessivos raides ofensivos do adversário e já quase não conseguia sair de forma organizada do seu meio-campo. Por outro lado, o FC Porto não descansava na procura do golo da vantagem e Sérgio Conceição foi obrigado a colocar toda 'a carne no assador'.
Descontente com a pouca produção ofensiva da sua equipa, o técnico dos azuis e brancos substituiu Óliver Torres por Soares, depois tirou Otávio e meteu Adrián López e, por fim, aos 88 minutos, avançou com Hernâni para o lugar de Yacine Brahimi.
Houve até tempo para alguma polémica no encontro. Herrera viu um golo ser-lhe anulado por fora-de-jogo, apesar de na imagem televisiva parecer estar em jogo. Hugo Miguel recorreu ao VAR e este confirmou a decisão. Mais tarde houve uma possível grande penalidade sobre Rochinha. Brahimi rasteirou o adversário dentro da grande área, mas o árbitro nada assinalou e nem sequer recorreu à tecnologia do vídeoárbitro num lance de difícil análise.
As situações de perigo e de golo sucederam-se junto à baliza 'axadrezada'. Jorge Simão resistiu a colocar mais jogadores na zona mais recuada para defender o resultado, mas deu-se mal com essa aposta. Num lance confuso na área boavisteira, Gonçalo Cardoso falhou o corte e quem aproveitou foi o 'herói' Hernâni que fez o golo da vitória do FC Porto aos 95 minutos, quando já parecia que o nulo seria o resultado final.
Na sequência do golo e dos festejos mais efusivos de jogadores e restante equipa técnica, Sérgio Conceição acabou por ser expulso. Gerou-se um enorme 'sururu' no relvado do Bessa, com jogadores das duas equipas mas também elementos das equipas técnicas de azuis-e-brancos e axadrezados a trocarem argumentos. Idris confrontou Conceição, os dois estiveram cara-a-cara. Logo depois Idris foi também travar-se de razões com Casillas. O médio axadrezado acabaria por ver amarelo. Já Conceição foi expulso pelo árbitro Hugo Miguel.
Os campeões nacionais conquistaram assim a décima vitória consecutiva e saíram vitoriosos do dérbi número 137 entre Boavista e FC Porto.
O momento: Hernâni foi o herói no Bessa
Extremo que tem sido suplente utilizado por Sérgio Conceição foi chamado ao encontro aos 89 minutos e resolveu o encontro no período de descontos. O joker lançado por Conceição foi o herói no dérbi da Invicta.
Arbitragem
Critério muito largo do árbitro Hugo Miguel, da Associação de Futebol de Lisboa. Deixou o jogo 'andar' em lances que devia ter mostrado cartão amarelo e falhou ao minuto 71 num lance na área do FC Porto ao não consultar as imagens do vídeoárbitro. Rochinha caiu na área do FC Porto rasteirado pelo argelino Brahimi. Os 'axadrezados' pediram grande penalidade, mas Hugo Miguel mandou seguir. O vídeoárbitro Fábio Veríssimo também achou que não havia motivo para grande penalidade, daí não ter alertado o juiz principal do encontro.
A figura: Helton Leite
Foi o melhor em campo e o melhor da equipa do Boavista. O guarda-redes que esta época chegou ao clube do Bessa foi impedindo o golo do FC Porto enquanto pôde. Ao todo, o brasileiro defendeu cinco remates dos portistas, com destaque para as defesas decisivas aos 43 (Brahimi) e 48 minutos (Marega). A melhor defesa terá sido aos 72 minutos a um cabeceamento de Felipe, antes de Herrera rematar para golo (anulado). Só não conseguiu evitar o golo de Hernâni.
Os melhores:
Herrera
Foi um autêntico lutador num jogo também ele intenso. Fez quatro remates, um deles enquadrado com a baliza, e desperdiçou uma oportunidade flagrante de jogo. Teve alguma dificuldade a encontrar espaços.
Hernâni
Aposta acertada de Sérgio Conceição. Quando o jogo caminhava para o apito final e o empate se desenhava como o resultado possível, eis que o extremo surge no sítio certo para dar mais uma vitória aos campeões nacionais.
Danilo Pereira
Num jogo muito físico, Danilo foi fundamental para controlar o "miolo" dos portistas. Ganhou muitos duelos áreos defensivos e conduziu por diversas vezes a bola até à área adversária. Esteve num dos melhores lances da primeira parte dos campeões nacionais quando aos 43 minutos cruzou para Brahimi. O argelino não marcou porque Helton Leite correspondeu com uma grande defesa.
David Simão
O jogo do Boavista passou quase sempre por ele. À grande capacidade de sair para o ataque, nem sempre acompanhado pelos colegas, o médio aliou a capacidade de pressão no meio-campo axadrezado com alguns cortes importantes.
Os piores
Gonçalo Cardoso
O jovem de apenas 18 anos acabou o jogo em lágrimas. Esteve bem em alguns duelos aéreos, mas falhou alguns cortes e depois errou no lance do golo de Hernâni.
Reações
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