Na receção a um poderoso Sp.Braga, que até criou mais e melhores ocasiões de golo, o Sporting foi feliz, mas soube sê-lo. A turma de Rúben Amorim conseguiu somar três pontos diante de um rival direto, mostrando uma firmeza e uma segurança no seu jogo que não eram vistas para os lados de Alvalade há várias épocas.

O Sporting tremeu, mas não caiu. Passou por dificuldades, mas soube responder. Mostrou uma eficácia assinalável, que acabou por fazer toda a diferença no desfecho do encontro, e segue firme na liderança isolada da I Liga, invicto ao fim de 12 jornadas. Não pode ser por acaso.

E não é. Mesmo reconhecendo que, na noite de sábado, no Estádio José de Alvalade, o desfecho da partida podia muito bem ter sido outro (o Braga podia ter marcado por três vezes no final da primeira parte, acertou uma bola no poste, Adán fez duas defesas notáveis e Paulinho viu um golo invalidado), o Sporting pareceu sempre muito seguro de si, certo de que o resultado lhe iria sorrir. Como acabou por acontecer, muito por culpa dessa crença, mas também graças à qualidade do seu jogo e dos seus jogadores. Pedro Gonçalves continua a ser o goleador de serviço, mas outros também estiveram em destaque. E os outros rivais diretos começam a perceber que, se calhar, não vai ser assim tão fácil tirar este leão do topo.

O jogo: A diferença esteve na eficácia...e em 14 centímetros

Com Feddal e Nuno Santos de regresso à titularidade e Tiago Tomás a manter a titularidade na frente de ataque, o Sporting entrou melhor na partida. Não criou situações de real perigo nesse período em que esteve por cima no jogo, mas mostrou capacidade e qualidade para, com uma pressão forte e trocas de bola seguras, remeter o Braga ao seu meio campo, não o deixando sair para o ataque.

Só que, aos poucos, os minhotos começaram a conseguiu sacudir essa pressão. Ao ponto de inverterem o sentido do jogo, acabando completamente 'por cima' no jogo nos minutos que antecederam o intervalo. Foi aí que o Sporting tremeu. Ricardo Horta surgiu isolado na cara de Adán, mas viu o guarda-redes espanhol negar-lhe o golo, voltou a falhar pouco depois e Al Musrati acertou no poste em cima do minuto 45.

A abrir a segunda parte, o Braga até marcou mesmo. Um golo que, se tivesse contado, poderia muito bem ter levado a outro desfecho. Mas, por 14 centímetros, o bonito cabeceamento certeiro de Paulinho não contou. Contou, sim, o remate colocado de Pedro Gonçalves na outra baliza, pouco depois. O Sporting marcou na primeira ocasião de verdadeiro perigo que criou, na sequência de uma bonita jogada, com cruzamento de Nuno Mendes, assistência de calcanhar de Nuno Santos e remate certeiro do melhor marcador da presente edição da I Liga.

Adán voltou, depois, a brilhar a grande altura, com uma enormíssima defesa, uma vez mais para negar o golo a Ricardo Horta. E, uma vez mais, foi o Sporting que marcou, com Matheus Nunes a selar o triunfo na recarga a um primeiro remate de Sporar. Dúvidas dissipadas: o Sporting não ia mesmo cair num dos mais duros testes à sua liderança e segue firme no comando da I Liga, entrando em 2021 com uma vitória e ficando à espera de uma eventual escorregadela dos outros rivais diretos, Benfica e FC Porto. A sua parte, pelo menos, está cumprida.

O momento: Golo anulado a Paulinho

O Braga terminou a primeira parte 'por cima' e abriu a segunda a marcar. Muito espaço para Sequeira cruzar, largo, na esquerda e para Paulinho cabecear, em salto do peixe, para o fundo das redes. Os colegas ainda festejaram mas, depois de alguns minutos de suspense, o VAR concluiu que o avançado internacional português estava 14 centímetros adiantado em relação ao último defesa adversário. O 'susto' acordou o Sporting, que abriria o ativo pouco depois...

O melhor: Um guarda-redes a valer pontos

Foram vários os jogadores que estiveram em bom plano no encontro. Do lado do Braga, Ricardo Esgaio subiu por várias vezes com perigo pelo corredor direito, com perigosos cruzamentos rasteiros a partir da linha e fundo e outros pormenores técnicos interessantes.

Também o lateral direito do Sporting merece destaque: Pedro Porro continua a mostrar qualidade nesta época de estreia em Portugal e desta feita travou um interessante e intenso duelo com um dos mais perigosos jogadores do Braga, Galeno. Não levou sempre a melhor, mas superiorizou-se na maior parte dos lances.

Fundamental para que o Sporting tivesse somado mais três pontos, porém, foi o guarda-redes espanhol Adán. O guardião atravessa um excelente momento (já tinha brilhado no Jamor, frente ao Belenenses SAD) e desta feita efetuou duas defesas verdadeiramente fantásticas, ambas a negar o golo a Ricardo Horta. Um guarda-redes que começa a provar que vale pontos. Fundamental, numa equipa que não assume, mas sonha ser campeã.

O pior: Ricardo Horta foi sinónimo de ineficácia

O Braga pagou caro a ineficácia em Alvalade e o expoente máximo dessa ineficácia foi mesmo Ricardo Horta. Para além dos dois lances em que viu Adán negar-lhe o golo - o primeiro numa tentativa de chapéu, quando surgiu isolado, e o segundo num remate em excelente posição, já bem dentro da grande área - o internacional português desperdiçou ainda outra excelente oportunidade, quando a bola lhe caiu nos pés na sequência de um pontapé de canto, errando o alvo por pouco.

Estatísticas e curiosidades

- O Sporting continua sem perder a nível interno esta temporada: 14 jogos, 12 vitórias, 2 empates.

- O Sporting efetuou metade dos remates do Braga no jogo (6, contra 12 dos minutos).

- Matheus Nunes marcou o seu primeiro golo com a camisola da equipa principal do Sporting

- Há 12 partidas que o Braga não ficava 'em branco' num jogo.

As reações

Rúben Amorim: "Eu não olho para o jogo e digo: 'Ganhámos 2-0 ao Braga e estamos bem"

Carlos Carvalhal: "Tivemos três oportunidades de golo claras na primeira parte..."

Ricardo Esgaio​​​​​​​: "Não é à toa que o Sporting está em primeiro lugar, mas tivemos as nossas oportunidades"

Pedro Porro: "Pensamos jogo a jogo. Ainda falta muito para o título"

O resumo