Resumo do Jogo

O FC Porto iniciou, ontem, a defesa do título de campeão nacional com nota positiva, após a vitória na receção ao Desportivo de Chaves, por 5-0, com um 'bis' de Aboubakar, num jogo de sentido único.

O avançado dos Camarões marcou aos 14 e aos 20 minutos, confirmando a superioridade total dos 'dragões', Brahimi, um dos melhores em campo, fez o terceiro, aos 45, e, já na segunda parte, aos 71, Corona anotou o quarto, antes de Marius, avançado do Chade que se estreou pela equipa principal, fez o quinto, aos 88.

Num jogo que teve FC Porto a mais para um Chaves demasiado passivo e pouco ambicioso, os campeões nacionais juntaram o resultado à exibição e somaram os primeiros três pontos do campeonato, igualando, entre outros, o rival Benfica, que, na véspera, no jogo de arranque da liga, venceu o Vitória de Guimarães por 3-2.

Sérgio Conceição repete o onze da Supertaça

Face às ausências confirmadas de Marega, Soares e, a mais prolongada, de Danilo, a recuperação de Brahimi foi a melhor notícia para Sérgio Conceição, que repetiu o 'onze' que venceu a Supertaça, na semana passada, frente ao Desportivo das Aves (3-1), com destaque para Diogo Leite na defesa e André Pereira, que na época passada jogou por empréstimo no Vitória de Setúbal, no ataque.

As melhores imagens da partida

Primeira parte: Dragão vestiu o fato de campeão

Perante os seus adeptos, o FC Porto vestiu o fato de campeão e, graças a essa fórmula de sucesso que juntava intensidade com e sem bola, rapidez de execução e na recuperação à perda, nomeadamente, encostou o Chaves ao seu meio campo e construiu inúmeras oportunidades de golo.

O Chaves, que nunca conseguiu pontuar nos 16 jogos em que visitou o FC Porto, em todas as competições, tinha um treinador novo, Daniel Ramos, e seis reforços na equipa inicial (a 'revolução' foi maior em função dos impedimentos de Paulinho e de Bressan, a cumprirem castigo relativo à última época), mas nunca conseguiu encontrar uma forma de travar a 'avalancha' ofensiva do FC Porto.

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A forma como os jogadores flavienses procuravam fechar o espaço central e os corredores nunca casou bem com a dinâmica do FC Porto, cujos médios pensavam e executavam mais rápido, contando ainda com as diagonais de André Pereira e Aboubakar, em desmarcação ou a arrastarem marcações, abrindo autênticas crateras na zona defensiva flaviense.

Aboubakar deixou os primeiros avisos, aos cinco e oito minutos, e André Pereira, logo a seguir, aos 10, também mostrou as intenções dos 'dragões', que ganhariam merecida vantagem aos 14, pelo avançado camaronês.

O golo, com nota artística na sua preparação, começou numa insistência de Otávio na esquerda e continuou com André Pereira a deixar a bola seguir para Aboubakar, que, ainda tirou um adversário do caminho, com uma simulação, antes de bater Ricardo Pereira.

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Estava feito o mais difícil, mas o FC Porto manteve o ritmo, girando a bola pelos seus jogadores, pelo meio e pelos corredores, e André Pereira, pouco depois, falhou o terceiro, antes do anunciado segundo golo, novamente por Aboubakar, aos 20 minutos, numa conclusão fácil a passe de Otávio, em jogada que valeu pela leitura de Sérgio Oliveira, no seu início.

A pressão alta dos portistas anulava quaisquer intenções dos flavienses, por esta altura mais preocupados em limitar os estragos que Brahimi quase aumentou, por duas vezes, aos 23 e 27 minutos, acabando merecidamente por chegar ao golo aos 45, após lance de combinação com Aboubakar.

Segunda parte com golos vindos do banco

A goleada podia ter ganhado outra expressão logo no reatamento, de novo por Aboubakar, num período em que o FC Porto procurou e conseguiu gerir o resultado, controlando os tempos de jogo e ameaçando o golo sempre que acelerava os seus movimentos.

O Chaves conseguiu ter mais bola, mas sempre no seu meio campo e continuando inofensivo para a baliza de Casillas, em noite descansada.

Os técnicos foram ao banco e houve tempo para estreias: Niltinho pelos flavienses e Marius do lado do FC Porto, avançado de 20 anos e reforço para 2018/19, a quem caberia fechar a goleada, aos 88, a emendar de cabeça na pequena área um remate acrobático de Sérgio Oliveira. Tal como já tinha acontecido na Supertaça, Corona também marcou (71), num remate à entrada da área após jogada individual.

Melhor em campo: Brahimi

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Brahimi esteve inspiradíssimo no primeiro tempo e chegou a ser desconcertante para o lateral direito flaviense Brigues, ainda por cima sem grande apoio de Ghazaryan, por onde o FC Porto jogava de forma insistente.

Sérgio Conceição não quer falar de Marega, apenas dos que querem trabalhar

"O grupo é forte, temos gente que quer trabalhar, que me dá uma resposta diariamente, adequada à minha exigência. Eles já sabem, há um conhecimento de como eu sou e o clube é. Quando é assim, os jogadores que estão verdadeiramente comprometidos têm ambição e paixão pelo que fazem, havendo respeito muito grande por todos."

Daniel Ramos refere que as "as asneiras pagam-se caro"

"Com o 2-0, estava à espera que terminasse [a primeira parte] para corrigirmos, mas o 3-0 levou-nos para o intervalo a pensar que era muito complicado na segunda parte motivar os jogadores. Melhorámos, mas não o suficiente para fazer o que andámos a treinar durante a semana. Cometemos erros, fomos lentos a executar, fomos lentos a pensar. Asneiras pagam-se caro".