Com pouco a ganhar na tabela numa altura em que o segundo lugar será um grande milagre, Nélson Veríssimo aproveitou o jogo com o Marítimo (32.ª jornada da I Liga de futebol) para estrear mais dois jovens da formação. No entanto o encontro foi decidido pelo suspeito do costume: Darwin Nuñes voltou a marcar e está quase a sagrar-se melhor marcador da I Liga (tem mais oito golos que Mehdi Taremi).
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O jogo: hora dos mais novos
Os treinadores costumam dizer que nunca se deve preparar dois jogos ao mesmo tempo. Mas Nélson Veríssimo já estava a pensar no clássico com o FC Porto muito antes de viajar para Madeira. E as suas escolhas foram neste sentido, ao deixar Alex Grimaldo e Adel Taarabt fora dos eleitos, o primeiro por estar com quatro amarelos e poder falhar o clássico com os Dragões caso visse amarelo com os madeirenses. Gilberto também não foi a jogo.
Numa semana em que o Benfica venceu a Youth League pela primeira após três finais perdidas, muito se falou da formação dos Encarnados e dos jovens campeões europeus de sub-19 que poderão ingressar na equipa principal em 2022/23. Nélson Veríssimo, conhecedor profundo do melhor que se faz no Seixal, lançou mais dois jovens formados na casa na equipa principal e colocou outros dois no segundo tempo.
Pode-se dizer que o técnico já está a preparar o terreno para Roger Schmidt, treinador alemão que deverá assumir a equipa principal do Benfica na próxima época. Depois de ter lançado Paulo Bernardo e Henrique Araújo, jovens com quem trabalhou na equipa B antes de assumir formação principal, Nélson Veríssimo estreou mais dois, e um logo a titular.
Sandro Cruz, jogador que foi vítima de insultos racistas no dia 17 de abril diante do Rio Ave em partida da 30.ª jornada da Segunda Liga, saltou da formação secundária para a titularidade. Nélson Veríssimo saiu em sua defesa logo após o dérbi com o Sporting e deu-lhe a titularidade na Madeira. O lateral esquerdo esteve em campo 72 minutos e não comprometeu: mostrou-se melhor a atacar que a defender. Tem condução, não foge aos duelos e sobe sempre que tem espaço-
O jogador de 20 anos teve alguma dificuldade em termos de posicionamento nos primeiros minutos e não conseguiu acertar todos os passes, revelando algum nervosismo, normal para quem se estreia na I Liga. Nélson Veríssimo gostou do que viu do lateral esquerdo, tal como de Tiago Gouveia, que entrou aos 72 minutos.
A estes dois, há que juntar Paulo Bernardo, titular mais uma vez, ao lado de Weigl e João Mário, no 4-3-3 escolhido por Nélson Veríssimo. O médio de 20 anos podia ter feito mais, principalmente no segundo tempo. Na primeira parte pareceu um pouco amarrado e poucas vezes arriscou incursões no ataque. Na segunda parte, mais solto, esteve em posição de marcar em duas ocasiões mas atirou por cima no primeiro momento e caiu na área no segundo (viu amarelo por simulação).
Também Gonçalo Ramos entrou (isolou Paulo Bernardo com um excelente passe), ele que tem sido aposta mais habitual de Nélson Veríssimo.
Para a história fica o resultado, magro por aquilo que o Benfica criou. O golo madrugador de Darwin Nuñes (93 segundos), o seu 34.º esta época no Benfica, o 26.º no campeonato, bastou.
Sem nada a perder, há que destacar a forma destemida como o Marítimo quis jogar, de pé para pé desde a defesa. A expulsão de Cláudio Wink aos 42 minutos mudou os planos de Vasco Seabra mas equipa nunca desistiu e tentou sempre o empate que podia ter chegado nos descontos, não fosse a grande defesa de Odysseas Vlachodimos a remate de Vitor Costa.
Momento-chave: Golo aos… 93 segundos
É de louvar a forma como o Marítimo tentou jogar, construindo desde a defesa, com um futebol positivo e sem chutões para a frente. Mas, frente a equipas mais fortes, qualquer erro pode ser fatal. Um passe a queimar deixou Zainadine exposto, o central foi à queima e acabou batido por Gil Dias. O extremo Encarnado correu para a área, rematou para defesa de Paulo Vítor. Darwin estava no sítio certo para empurrar de cabeça para o único golo do jogo.
Os Melhores: Darwin cheira a golo
Foi com o golo de Darwin que o Benfica conseguiu os três pontos. O uruguaio tem faro para o golo e vai bem lançado para ser o melhor marcador da prova: soma 26 golos, mais oito que Mehdi Taremi, o segundo melhor marcador.
Beltrame foi dos melhores no Marítimo, tal como André Vidigal, um dos poucos a remar contra a maré nos madeirenses.
Em 'tarde não': Cláudio Wink 'borrou' a pintura
O lateral direito até estava a ser dos melhores do Marítimo, com boas incursões pelo flanco direito. Mas a forma como entrou sobre o jovem Sandro Cruz, não deixou outra decisão ao árbitro que mostrar o vermelho direto. Perdeu a noção do espaço e quando deu conta, estava a atingir o adversário, numa entrada muito perigosa. A partir daí, ficou difícil uma reação dos da casa e só restava ao Marítimo resistir no que restava do jogo.
Reações: Vasco Seabra orgulhoso dos seus pupilos, Veríssimo explica mexidas
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